A Índia afirmou no dia de ontem, que as suas relações com o Canadá estão a atravessar uma fase difícil e que tem havido uma “interferência contínua” do pessoal canadiano nos assuntos internos de Nova Deli.
O Governo indiano está zangado com o facto de o primeiro-ministro canadiano Justin Trudeau ter sugerido, no mês passado, que agentes indianos poderiam estar envolvidos no assassinato, em junho, de um líder separatista sikh em British Columbia. A Índia nega a alegação.
“As relações estão atualmente a atravessar uma fase difícil. Mas quero dizer que os problemas que temos são com um certo segmento da política canadiana e com as políticas que daí decorrem”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da Índia, S. Jaishankar, num evento.
O Canadá foi obrigado a retirar 41 dos seus diplomatas da Índia no dia 19 de outubro, quando Nova Deli decidiu revogar unilateralmente o seu estatuto diplomático oficial.
Trudeau afirmou no dia 20, que a repressão do governo indiano contra os diplomatas canadianos estava a tornar a vida normal difícil para milhões de pessoas em ambos os países.
Jaishankar afirmou que a Índia invocou a paridade diplomática ao abrigo da Convenção de Viena, “porque estávamos preocupados com a interferência contínua do pessoal canadiano nos nossos assuntos”.
A ministra dos Negócios Estrangeiros do Canadá, Melanie Joly, afirmou na semana passada que a posição da Índia não era razoável e não tinha precedentes, violando claramente a Convenção de Viena sobre relações diplomáticas.
Jaishankare afirmou ainda que a Índia tinha deixado de emitir vistos no Canadá há algumas semanas devido a preocupações com a segurança dos seus diplomatas no exercício das suas funções. O Comissário afirmou que a Índia retomaria a emissão de vistos se se registassem progressos a nível da segurança dos seus diplomatas que trabalham no país.
Cerca de dois milhões de canadianos, ou seja, cinco por cento da população, têm ascendência indiana. A Índia é, de longe, a maior fonte de estudantes estrangeiros do Canadá, constituindo cerca de 40% dos titulares de licenças de estudo.