O Canadá cumpriu a ordem da Índia e retirou 41 diplomatas do país. Recorde-se que a medida surge num contexto de tensões entre os dois países, por causa do homicídio de um líder separatista sikh, no Canadá. O Governo federal diz que a mudança vai afetar, sobretudo, os cidadãos indianos.
41 diplomatas canadianos deixaram recentemente a Índia, no contexto de um conflito relacionado com o assassinato de um líder separatista sikh em solo canadiano.
No início de outubro, a Índia pediu ao Canadá que retirasse dezenas de membros do seu pessoal diplomático e ameaçou retirar-lhes a imunidade se permanecessem no país.
Os funcionários canadianos consideraram a ameaça uma “violação do direito internacional”.
As relações têm estado tensas depois de o Canadá ter acusado a Índia de estar por detrás do assassinato de Hardeep Singh Nijjar, a 18 de junho.
A Índia negou as alegações, classificando-as de “absurdas”.
Na quinta-feira, dia 20 de outubro, a ministra dos Negócios Estrangeiros do Canadá confirmou que muitos diplomatas canadianos e os seus dependentes na Índia já abandonaram o país.
De acordo com Mélanie Joly, a Índia ameaçou retirar “unilateralmente” a imunidade de “todos os diplomatas, exceto 21” até 20 de outubro.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Índia rejeitou a ideia de que se trata de uma violação das normas internacionais.
“O estado das nossas relações bilaterais, o número muito mais elevado de diplomatas canadianos na Índia e a sua interferência contínua nos nossos assuntos internos justificam uma paridade na presença diplomática mútua em Nova Deli e em Ottawa”, afirmou.
Joly diz que os restantes 21 diplomatas ainda estão na Índia, mas a retirada significa que o Canadá terá de limitar os seus serviços no país devido à falta de pessoal.
A medida suspende as operações presenciais em Bangalore, Mumbai e Chandigarh e não há um calendário para a retoma desses serviços.
Os serviços continuam disponíveis a partir do Alto Comissariado do Canadá em Deli e os centros de candidaturas – que são geridos por terceiros – também permanecem abertos.
No entanto, a redução do pessoal deve abrandar significativamente os tempos de processamento dos pedidos de imigração, pelo menos a curto prazo, alerta o Governo federal.
Segundo as autoridades, serão sobretudo os cidadãos indianos que serão afetados, incluindo os estudantes internacionais que pretendem estudar no Canadá.
Os cidadãos indianos constituíram a maior percentagem de requerentes de residência temporária e permanente no Canadá em 2022.