A guerra entre Israel e o Hamas tem motivado múltiplos protestos no Canadá. Com esse pano de fundo, o enviado de Israel ao país diz que é importante que as democracias avaliem quando é que foi ultrapassada a linha entre a liberdade de expressão e aquilo a que chama “liberdade de ódio”. Iddo Moed, embaixador de Israel no Canadá, falou de uma forma geral sobre o que considera ser uma “linha ténue” entre as duas coisas.
Iddo Moed, o enviado de Israel ao Canadá, disse que não podia comentar a natureza das manifestações registadas no Canadá desde que o Hamas lançou ataques surpresa em 7 de outubro, quando ataques com foguetes e ataques de militantes mataram centenas de civis no sul de Israel durante um importante feriado judaico.
Israel retaliou com ataques aéreos na Faixa de Gaza, o território palestiniano controlado pelo Hamas, e cortou o acesso a bens essenciais. Mais de 4 mil pessoas morreram na última guerra entre Israel e o Hamas.
Quase imediatamente, o conflito provocou protestos em todo o mundo.
Os líderes políticos, incluindo o primeiro-ministro Justin Trudeau e outros ministros liberais, condenaram rapidamente os manifestantes que participaram em comícios pró-palestinianos em cidades como Toronto e Montreal, na sequência do ataque do Hamas.
Na noite do dia 17, manifestantes pró-palestinianos que marchavam pela baixa de Ottawa dirigiram-se para a frente de um centro de convenções, onde Trudeau e outros líderes federais discursavam numa conferência sobre antissemitismo organizada pelo Centro para Israel e Assuntos Judaicos (Centre for Israel and Jewish Affairs – CIJA).
Em termos gerais, Moed disse, já no dia 18, que existe uma “distinção entre liberdade de expressão e liberdade de ódio”.
Acrescentou ainda que é “perfeitamente normal” que as pessoas tenham um forte sentimento de apoio aos palestinianos.
“A única questão é que penso que nós, enquanto democracias, deveríamos analisar quando é que é ultrapassada a linha que separa o apoio a uma causa e a alteração dos nossos valores de uma forma que incita ao ódio e à violência e até à glorificação de ataques terroristas horrendos.”
As agências policiais de todo o Canadá afirmaram que estão a monitorizar as ameaças contra sinagogas e membros das comunidades judaicas em todo o país. Esta semana, havia agentes da polícia à porta da conferência sobre antissemitismo em Ottawa.
O CIJA afirmou num comunicado que “manifestações radicais pró-Hamas” estão a ser organizadas em cidades de todo o Canadá.