Os proprietários de habitações preparam-se para um choque no pagamento das hipotecas, numa perspetiva de taxas mais elevadas e mais longas. Por causa do aumento acentuado dos pagamentos, os bancos têm prolongado as amortizações para reduzir os pagamentos mensais.
Desde as taxas de juro baixas, que levaram a um enorme aumento da procura de imóveis, até à rapidez com que as taxas de juro subiram para níveis nunca antes vistos, tem sido difícil para os titulares de hipotecas acompanhar a mudança de cenário.
Os mutuários com taxas fixas deverão registar um aumento médio dos pagamentos entre 14% e 25% no próximo ano, em comparação com os custos do início de 2022, de acordo com o Banco do Canadá. Em 2025 e 2026, as prestações deverão aumentar entre 20% e 25%.
Os mutuários com taxas variáveis completas já assumiram o ónus das taxas mais elevadas, vendo as prestações aumentar, em média, 49%, a partir deste ano.
Os mutuários com taxas variáveis mas com prestações mensais fixas enfrentam os maiores aumentos, uma vez que, para alguns, as prestações cobrem apenas os juros, ou nem isso. Assim, enfrentam um aumento médio previsto de 44% nos pagamentos até 2026, à medida que as hipotecas forem sendo reajustadas.
Dado o aumento acentuado dos pagamentos, os bancos e outras instituições de crédito têm respondido, em parte, com o alongamento das amortizações para reduzir os pagamentos mensais.
Mais de 46% das hipotecas canadianas tinham planos de pagamento superiores a 25 anos no segundo trimestre, de acordo com o Banco do Canadá, um valor que tem vindo a aumentar de forma constante em relação aos cerca de 32% registados no verão de 2020.
Muitas amortizações de hipotecas nos maiores bancos do Canadá ultrapassam agora os 30 anos.