A escolha do próximo líder da ASAE – Autoridade de Segurança Alimentar e Económica – está a criar um mal-estar nos inspetores, que temem uma escolha meramente política para os controlar. O presidente interino, Francisco Lopes, que substituiu António Nunes na liderança desse organismo, pediu para sair em maio, o que deixou a ASAE sem liderança.
“Na lista final para chefiar esta polícia criminal estão o constitucionalista Bacelar Gouveia, o jurista Carlos Pinto Rodrigues, que nunca desempenhou qualquer tipo de funções inspetivas ou de investigação, e Pedro Portugal Gaspar, que para além de nunca ter desempenhado funções de investigação ou de inspeção, é actualmente membro do gabinete do actual ministro da Defesa”, disse ao CM um dos inspectores da ASAE. Trata-se de uma situação que não agrada aos inspetores da ASAE, que questionam os critérios usados pela CRESAP, entidade liderada por João Bilhim que gere os concursos públicos de recrutamento para a Administração Pública. “Entre os concorrentes existia um número significativo de pessoas que tinham grande experiência naquela carreira em concreto, destacando-se por exemplo o antigo director de operações Pedro Picciochi, o atual director de operações Manuel Meirinho e o ex-Inspetor geral Adjunto, Francisco Lopes, que durante três meses substituiu o antigo, António Nunes”, explicou um inspector da ASAE. A tutela deste organismo foi disputada entre o ministério da Economia e a Administração Interna.