MÁ QUALIDADE DO AR NAS ESCOLAS DE TORONTO PODE PREJUDICAR AMBIENTE DE APRENDIZAGEM

schoolsMuitas salas de aula de Toronto têm níveis elevados de dióxido de carbono, de acordo com documentos do Toronto District School Board obtidos pela CTV News.

Os especialistas geralmente recomendam evitar concentrações internas de CO2 acima de 1000 partes por milhão (PPM), com um estudo a indicar quebras em determinadas capaciddades cognitivas quando atingido esse limiar.

Mas os dados mostram que mais de 40 por cento das escolas testadas em Toronto têm registado níveis superiores a esse limite, nos últimos cinco anos.

Reg Ayre, um administrador da Saúde Pública de Toronto, disse que a situação ideal para uma sala de aula seria, no máximo, entre 800 e 1000 ppm. Ele apontou que mesmo os níveis passando essa marca, não irão causar quaisquer problemas de saúde, mas reconhece que as pessoas muitas vezes começam a reclamar sobre a qualidade do ar numa sala com tamanha quantidade de CO2.

De acordo com quase 300 páginas, obtidas através de um pedido de liberdade de informação, mais de 100 das 591 escolas do TDSB têm realizado um teste de qualidade do ar, pelo menos uma vez desde 2010. Quarenta e seis dessas escolas tiveram pelo menos uma leitura de sala de aula acima de 1000 ppm, com várias das escolas a terem medições acima de 2000 ppm, e com um máximo de 2650 ppm num exemplo.

Depois de serem visitadas por um técnico, cerca de um quarto dessas escolas foram reparadas e novamente testadas, com a maioria das escolas a baixar para um nível aceitável.

Ainda assim, muitas escolas eclipsaram a marca de 1.000 PPM sem qualquer teste de acompanhamento. E as leituras só são efetuadas quando são formalizadas queixas oficiais perante a diretoria da escola, apesar de, privadamente, federações de professores escutarem há muito queixas relacionadas com a situação.

Um problema para os alunos, em particular

Para além de criar uma atmosfera desconfortável e agindo como um indicador para outros poluentes, o dióxido de carbono, por si só, pode mesmo afetar a capacidade dos alunos em aprender.

Mark Mendell, um investigador com sede na Califórnia, que publicou vários trabalhos sobre a qualidade do ar interior e ventilação, mencionou que há um grande corpo de evidências ligando os elevados níveis de CO2 a doença e ausência, assim como a redução do desempenho laboral.

Ele sugeriu que os pais devem prestar mais atenção à forma como a qualidade do ar pode estar a afetar a educação dos seus filhos.

Não é um problema, diz o TDSB

A direção escolar reiterou que nenhum dos níveis de dióxido de carbono foram de todo inseguros para respirar.

“Para ser claro, não há nenhuma escola ou local em todo o Toronto District School Board que tenha um ar insalubre ou inseguro”, declarou Ryan Bird, um porta-voz da direção escolar.

Bird especificou que as leituras de CO2 eram muitas vezes indicativas de um respiradouro bloqueado ou de outro problema menor com os sistemas de ventilação, que foram facilmente corrigidos.