O Sporting até esteve a ganhar, mas a reviravolta chegou com um auto golo de Rojo e Cardozo fez o resto. O Benfica segue na frente e o Sporting continua a trabalhar e a acreditar.
Deu encarnado no dérbi de Lisboa. Um autogolo do defesa leonino Rojo e uma grande penalidade convertida por Cardozo, em lance do qual resultou a expulsão directa (cartão vermelho) de Boulahrouz, materializam a reviravolta do Benfica, numa segunda parte em que a equipa visitante fez por merecer a vitória. A jogar contra dez, a formação de Jesus chegou depois ao 3º golo e saiu de Alvalade em festa, mantendo-se colada ao FC Porto na liderança da liga.
A reviravolta do Benfica está associada a dois momentos de mão na bola: primeiro a de Cardozo, que toca irregularmente a redondinha no lance do empate, na discussão com Cardozo; mais tarde a grande defesa de Boulahrouz, também com a mão, em cima da linha de golo. Penálti claro e expulsão. Mas nenhum dos lances tira mérito ou brilho à vitória das águias.
A estratégia de ataque ao jogo adoptada por ambas as equipas foi semelhante: pressionar, limitar espaços, anular acções individuais e condicionar ideias. Com uma diferença: o Sporting optou por fazê-lo de uma forma mais táctica e posicional, os jogadores do Benfica, com maior percentagem de risco, a marcar mais ‘ao homem’, o que implicava jogar com linhas mais adiantadas.
Nesta base, o Sporting beneficiava de mais espaço para os seus jogadores correrem com a bola dentro do meio-campo adversário. De resto, o tipo de futebol (bola no pé) que mais serve a jogadores como Carrillo e Capel. Depois de cada um destes jogadores ter inquietado a defesa das águias, o Sporting adiantou-se, à passagem da meia hora, após uma excelente acção de Wolfswinkel.
O Benfica reagiu bem ao golo do Sporting. Matic, André Gomes e Salvio colocaram mais intensidade no jogo. Ainda antes do intervalo se viu que Elias, Rinaudo e Pranjic não jogavam no mesmo comprimento de onda.
Ainda assim, a 2ª parte começou com um susto para Artur, quando Elias falhou infantilmente o 2-0 que poderia ter dado outro rumo ao jogo. Mas a história do jogo iria escrever-se a vermelho. O Benfica ‘apertou’, acumulou situações de perigo junto da baliza de Patrício e de um desses lances (cruzamento de Ola John) resultou o empate, numa carambola infeliz de Rojo no tal lance em que Cardozo toca a bola com o antebraço. Com excepção de um contra-ataque que terminou com a bola no poste da baliza de Artur, só deu Benfica, até final do jogo. Boulahrouz fez de Patrício após remate de Salvio (e viu o vermelho), antes de Cardozo bisar e voltar a ser feliz diante do Sporting.