Num protesto histórico,mais de 300 mil manifestaram–se em muitas cidades, incluindo no Rio e em São Paulo.
“Vim para a rua porque quero um Brasil melhor, com mais saúde e menos violência.” Marita Ferreira, de 82 anos, uma das 65 mil pessoas que segunda-feira à noite tomaram de assalto as avenidas de São Paulo, sintetizou as reivindicações dos participantes na vaga de protestos que incendiaram dezenas de cidades no Brasil, num total de mais de 300 mil manifestantes. No Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e outras cidades, confrontos com a polícia deixaram dezenas de feridos e de detidos.
Marita foi apenas uma entre muitas dosas que engrossaram as manifestações, que há uma semana levavam apenas para as ruas estudantes revoltados com o aumento dos transportes públicos. Mas, na segunda-feira, pessoas de todas as idades e classes sociais juntaram-se aos jovens protestando também contra a corrupção, as falhas na educação, na saúde e na segurança, o preço exorbitante dos alimentos e os gastos astronómicos nas obras para a Taça das Confederações e do Campeonato do Mundo, no próximo ano.
No Rio de Janeiro, após um protesto pacífico de 100 mil pessoas, manifestantes separaram-se da multidão, apedrejaram edifícios, queimaram veículos e assaltaram a Assembleia Legislativa. A polícia, apanhada de surpresa, chegou a disparar balas verdadeiras e gás pimenta, terminando a batalha com 34 feridos e 25 detidos.