Lisboa, 04 abr 2021 (Lusa) — O Chega vai requerer a audição parlamentar do presidente do Conselho Superior de Magistratura (CSM) e do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), António Joaquim Piçarra, sobre a distribuição de processos no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC).
“O Chega teve conhecimento, durante este fim de semana, de possíveis anomalias na distribuição de processos relativamente a casos graves de criminalidade económico-financeira, nomeadamente no TCIC, onde o juiz Ivo Rosa tem recebido, segundo essas notícias, um volume muito superior de processos relativamente ao juiz Carlos Alexandre”, lê-se em comunicado da direção nacional do partido da extrema-direita parlamentar.
Segundo os dirigentes da força política dirigida por André Ventura, “estas notícias seguem-se a outras que corriam já relativamente a movimentações noutros tribunais e que importa esclarecer”.
“O Chega pedirá na segunda-feira um esclarecimento ao CSM sobre estes assuntos, solicitando igualmente a presença do seu presidente e do STJ na Assembleia da República para prestar esclarecimentos sobre este assunto”, segundo o texto, numa referência ao juiz-conselheiro António Joaquim Piçarra, quarta figura na hierarquia do Estado português.
O denominado “Ticão” e os juízes Ivo Rosa e Carlos Alexandre têm lidado com mega-processos como os da Operação Marquês, do universo BES/GES, da Operação Furacão, dos Vistos ‘Gold’ (Dourados) ou da EDP/CMEC.
Por exemplo, a decisão instrutória da Operação Marquês, cujo principal arguido é o ex-primeiro-ministro José Sócrates, está marcada para sexta-feira, pelas 14:30, seis anos após a mediática detenção do antigo secretário-geral do PS por suspeitas de crimes económico-financeiros.
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