COVID-19: SUÉCIA FECHA FRONTEIRA COM DINAMARCA PARA EVITAR NOVA ESTIRPE

Estocolmo, 21 dez 2020 (Lusa) — O Governo sueco anunciou hoje que fechou a sua fronteira com a Dinamarca, alegando motivos de saúde, já que foram detetados casos da nova estirpe do coronavírus cuja expansão é considerada descontrolada no Reino Unido.

O principal objetivo do encerramento da fronteira entre os dois países vizinhos é impedir que os dinamarqueses façam compras na Suécia, já que as lojas estão fechadas no lado dinamarquês, explicou o ministro do Interior sueco, Mikael Damberg, em conferência de imprensa.

A Dinamarca é um dos países onde foi identificada uma mutação do coronavírus SARS-CoV-2, inicialmente identificada no Reino Unido e apresentada como mais contagiosa.

As autoridades britânicas alertaram, no sábado, a Organização Mundial da Saúde sobre a descoberta de uma nova variante do SARS-CoV-2, que é mais facilmente transmissível, embora não haja provas de que seja mais letal ou que possa ter impacto na eficácia das vacinas desenvolvidas.

Além do Reino Unido e da Dinamarca, a variante do coronavírus já foi identificada em locais tão diferentes como a Bélgica, Gibraltar (território britânico situado no extremo sul de Espanha e reivindicado por Madrid), os Países Baixos, a Itália, a África do Sul ou a Austrália.

“Esta variante não se limita ao Reino Unido, já foi detetada em outros lugares do mundo, entre os quais nos Países Baixos e na Bélgica”, declarou o porta-voz da equipa técnica belga responsável pelo combate contra a covid-19, o virologista Yves van Laethem.

O virologista lembrou que esta variante do SARS-CoV-2 é conhecida “desde o mês de setembro” e que atualmente representa “60% das novas infeções no Reino Unido”.

“Existem outras estirpes que circulam no nosso país e em outros países (…). É totalmente normal que as variantes apareçam” e que “acabem por se tornar dominantes”, prosseguiu o especialista, realçando que, até ao momento, não está totalmente comprovado se esta estirpe se transmite com mais facilidade.

“Ainda temos de esperar para ter um certo número de dados para ver se é realmente mais contagiosa”, afirmou Yves van Laethem.

“Em qualquer caso, nada nos mostra que seja mais violenta, mais agressiva ou mais perigosa para a nossa saúde. Nada nos mostra que as vacinas não nos darão imunidade contra a doença covid-19 marcada por esta variante”, acrescentou o virologista belga.

Na sequência da identificação desta nova variante do SARS-CoV-2, diversos países, dentro e fora da Europa, decidiram suspender as ligações, nomeadamente aéreas, com o Reino Unido, uma lista que tem vindo a aumentar nas últimas horas.

A pandemia da doença covid-19 provocou pelo menos 1.685.785 mortos resultantes de mais de 76,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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