COMO A VOTAÇÃO PREFERENCIAL PODE MUDAR AS ELEIÇÕES DE TORONTO EM 2018

THE CANADIAN PRESS/Chris Young
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As conversas sobre voto estratégico e divisões de voto têm dominado a discussão em torno da eleição municipal de Toronto, fazendo com que muitos eleitores sintam que precisam de um conhecimento em ciência política só para se dirigir às urnas, a exemplo da eleição municipal do dia 27 de outubro.
Mas as mudanças podem estar a chegar às eleições locais no Ontário que poderão acabar com tudo isso, com a província a movimentar-se para fazer dos «ranked ballots» (votação preferencial) uma opção para os municípios, a tempo das eleições de 2018.
Toronto, e todos os 444 municípios do Ontário, usam um sistema eleitoral chamado “First Past the Post”, mas o governo Liberal espera poder atualizar a Lei de Eleições Municipais, ao incluir a votação preferencial como uma alternativa.
A votação preferencial permite aos eleitores escolher mais do que um candidato. Se nenhum candidato obtiver a maioria dos votos, o candidato com menos votos é eliminado e os votos são redistribuídos até que possa ser declarado um vencedor claro. Essa eliminação e redistribuição pode ser feita imediatamente, num desempate instantâneo ou com eleições seguintes.
Um sistema de desempate iria redistribuir os votos até que um candidato tenha pelo menos 50 por cento de apoio popular.
O ativista Dave Meslin, que trabalha com a Ranked Ballot Initiative of Toronto, apelida a proposta de “histórica”.
“Se algum desses 444 municípios exercer esse novo direito, estes serão o primeiro governo do Canadá, em um século, a abandonar o First Past the Post”, disse Meslin.
A votação preferencial também poderá garantir que um candidato tem um mandato claro, ao assegurar que nenhum candidato consegue o cargo sem uma maioria dos votos.
Meslin aponta o exemplo do vereador James Pasternak (Ward 10, York Centre), que ganhou o seu assento municipal com apenas 19 por cento dos votos. Na verdade, salientou, metade dos que compõem a Assembleia Municipal, incluindo o presidente Rob Ford, ganharam os seus assentos com menos de 50 por cento dos votos.
“Praticamente elimina o sentido de ter uma eleição e defini-la de uma democracia”, defendeu Meslin.