Lisboa, 12 set 2020 (Lusa) — A organização Humans Before Borders (HuBB) está a preparar uma manifestação e uma campanha de pressão junto do Governo português pedindo o acolhimento dos refugiados que ficaram sem teto após o incêndio no campo de Lesbos, na Grécia.
A “campanha de pressão política”, hoje divulgada pela HuBB através de um comunicado, inclui a organização de uma manifestação em Lisboa e no Porto, no domingo, bem como o envio de uma carta, por dia, ao primeiro-ministro, ao ministro dos Negócios Estrangeiros, à ministra de Estado e da Presidência e ao ministro da Administração Interna.
O HuBB quer que o Governo português use a sua influência política para que os estados-membros da União Europeia ajudem a acolher os cerca de 13 mil refugiados da ilha de Lesbos, que ficaram sem abrigo após o incêndio no campo de Moria, na madrugada de quarta-feira.
A organização pede o apoio da comunidade internacional para que a Grécia proceda à evacuação dos refugiados de Lesbos, “exigindo a colaboração (do Governo português) no acolhimento destas pessoas para solo português”.
Na carta que será enviada ao primeiro-ministro, António Costa, e aos três outros ministros, a HuBB recorda que os incidentes de Lesbos “não são isolados, mas sim o culminar de políticas europeias negligentes, que juntamente com a falta de cooperação dos estados-membros da União Europeia, permitem (…) que milhares de requerentes de asilo vivam na Europa em condições desumanas”.
“Relembramos também que, após este incidente, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Alemanha já apelou a que todos os estados-membros da União Europeia procedessem ao acolhimento destas pessoas nos seus países”, pode ler-se na carta que passará a ser enviada diariamente pela organização.
A campanha “Evacuar Moria Já” conta ainda com duas manifestações, no Largo do Rossio, em Lisboa, e na Cadeia da Relação, no Porto, no domingo, às 17:00, com o objetivo de sensibilizar os cidadãos para o problema dos refugiados em Lesbos e para a necessidade de pressionar o Governo português a agir solidariamente.
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