Lisboa, 11 set 2020 (Lusa) – A ministra da Saúde disse hoje que discorda da decisão do Governo britânico de retirar Portugal continental da lista de países considerados seguros no atual contexto de pandemia de covid-19, mas que a respeita.
“É uma decisão de um país soberano com o qual não podemos concordar, mas que respeitamos”, afirmou Marta Temido na conferência regular sobre a situação da covid-19 em Portugal.
A ministra lembrou que o Governo tem sempre defendido que a avaliação da situação epidémica de um país para efeitos de viagens deve ser objeto de um tratamento uniforme entre os vários países da União Europeia.
“No caso do Reino Unido, um país com o qual temos um conjunto de relações e de histórico de relações, que sugerem essa abordagem, achamos também que o critério multifatorial é mais adequado do que eventualmente o critério só da incidência de novos casos nos últimos sete dias, nos últimos 14 dias”, defendeu.
Segundo a ministra, Portugal tem defendido esta posição, estando em linha com outros países da União Europeia, e é que vai “continuar a defender”.
Na quinta-feira, o Governo britânico decidiu retirar Portugal da lista de países considerados seguros no atual contexto de pandemia de covid-19, com exceção das regiões autónomas da Madeira e Açores, e a partir de sábado voltará a obrigar a uma quarentena de duas semanas quem regresse do território continental português.
Portugal tinha sido incluído na lista dos países do chamado corredor aéreo britânico há três semanas.
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 910.300 mortos e mais de 28,2 milhões de casos de infeção em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.855 pessoas dos 62.813 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
O número de novos casos em 24 horas contabilizado hoje é o mais alto desde 16 de abril, quando foram registados 750 novos casos de infeção
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
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