Berlim, 11 set 2020 (Lusa) – O ministro das Finanças alemão, Olaf Scholz, reiterou hoje que “os tratados devem ser respeitados”, numa reação ao projeto de lei britânico que põe em causa alguns dos seus compromissos sobre o ‘Brexit’.
“É evidente que todos devem assumir o que já acordaram”, insistiu o ministro alemão, que falava à chegada a uma reunião dos ministros das Finanças da União Europeia (UE) em Berlim e cujo país detém atualmente a presidência da UE.
O texto britânico, que Londres excluiu retirar apesar das ameaças de uma ação legal por parte da União Europeia (UE), recuou em certos compromissos assumidos no acordo de retirada assinado com Bruxelas no início do ano.
A questão, que diz respeito em particular ao protocolo negociado para evitar o regresso de uma fronteira na ilha da Irlanda, complica ainda mais as discussões iniciadas desde março com vista a chegar a um acordo sobre as futuras relações entre o Reino Unido e o continente.
O ministro das Finanças irlandês, Paschal Donohoe, salientou também que o respeito pelos tratados era “uma condição prévia para qualquer relação futura”.
“Todo o processo de negociação lembra-me um pouco o filme ‘Um Dia Sem Fim’, onde o herói acorda todas as manhãs e vive o mesmo dia uma e outra vez”, disse o ministro das Finanças austríaco Gernot Blümel.
“Cada vez que se faz progresso, a dada altura, é sempre o Reino Unido que não quer cumprir as suas promessas”, disse, julgando que “a dada altura, o lado britânico terá de considerar o quanto leva a sério toda a questão”.
O Reino Unido deixou oficialmente a UE em 31 de janeiro, alguns dias após a assinatura de um acordo de retirada que selou os termos do ‘divórcio’.
Desde então, entrou num período de transição até 31 de dezembro, durante o qual continua a aplicar as regras da UE.
Durante este período, Bruxelas e Londres estão a negociar um acordo sobre as suas futuras relações, incluindo o comércio, na esperança de que possa entrar em vigor em 01 de janeiro de 2021.
A oitava ronda de negociações terminou na quinta-feira em Londres sem grandes avanços.
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