Pequim, 09 set 2020 (Lusa) – Mais de 300 organizações não-governamentais instaram hoje a ONU a criar um mecanismo internacional para investigar as violações dos direitos humanos na China e pediram aos líderes da organização para “que ajam de forma decisiva”.
Numa carta aberta dirigida ao secretário-geral da ONU, António Guterres, à Alta Comissária para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, e aos Estados membros da ONU, as organizações, com origem em mais de 60 países, pediram “medidas decisivas para proteger as liberdades fundamentais na China” e denunciaram “violações massivas dos direitos humanos cometidas pela China em Hong Kong, Tibete e Xinjiang”.
As organizações denunciaram ainda a “supressão de informações no contexto da pandemia da covid-19, ataques a defensores dos direitos humanos, jornalistas, advogados e críticos do Governo em todo o país”.
As mesmas organizações acusaram o regime chinês de ter como alvo defensores dos direitos humanos no exterior, suprimir a liberdade intelectual fora da China e censurar a internet.
Eles também denunciaram o que consideram uma tentativa da China de amordaçar “iniciativas que visam examinar graves violações dos direitos humanos e crimes internacionais cometidos em países de todo o mundo”, acusando Pequim de “deturpar o mandato do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.
“Um Estado que se esforça por ficar acima do escrutínio crítico representa uma ameaça fundamental aos direitos humanos. O fato de ser a China – um estado dotado de um poder mundial extraordinário – afeta-nos a todos”, afirmaram os signatários.
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