WALL STREET FECHA COM BAIXA FORTE E GENERALIZADA

Nova Iorque, 08 set 2020 (Lusa) — A bolsa nova-iorquina teve hoje uma terceira sessão consecutiva em baixa acentuada, arrastada pelos principais títulos da tecnologia, mas também afetada pela contração da maior parte dos setores do mercado.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o seletivo Dow Jones Industrial Average cedeu 2,25%, para os 27.500,89 pontos.

Mais fortes foram os recuos dos outros índices mais emblemáticos da praça.

O alargado S&P500 desvalorizou 2,78%, para as 3.331,84 unidades, mas o grande prejuízo foi do tecnológico Nasdaq, que perdeu 4,11%, para os 10.847,69 pontos, fechando abaixo dos 11 mil pontos pela primeira vez em um mês.

Desde quarta-feira, quando estabeleceu o seu mais recente recorde, o Nasdaq já recuou mais de 10%.

Depois de várias semanas de fortes subidas, a bolsa nova-iorquina começou a cair no final da semana passada.

Esta contração tinha sido provocada em grande parte por uma rotação dos investimentos, em detrimento do setor tecnológico, bem como pela realização de mais-valias antes de um fim de semana prolongado, devido ao feriado de segunda-feira nos EUA, o ‘Labor Day’.

“Apesar de hoje continuar a rotação, as perdas são bem mais generalizadas e afetam alguns setores baseados na recuperação económica”, sublinhou Jack Ablin, da Cresset Wealth Advisors.

Com efeito, o conjunto dos subíndices do S&P500, que representam diversos subconjuntos da atividade económica, acabou hoje em perda.

Entre os pilares de Silicon Valley, a Amazon recuou 4,39%, a Apple 6,73%, a Facebook 4,09% e a Alphabet, que é a ‘holding’ da Google e YouTube, fechou em baixa de 3,64%.

“Os investidores estão a ficar inquietos com uma recuperação a que falta vigor”, indicou Ablin.

A Tesla, por seu lado, caiu mais de 21%. O construtor de veículos elétricos topo de gama, que conheceu uma ascensão fulgurante em Wall Street nos últimos meses, sofreu pesadamente com a sua não-admissão no seio do prestigiado S&P500, na passada sexta-feira.

Os investidores estiveram também a seguir com apreensão as tensões, que permanecem vivas, entre Washington e Pequim.

Os EUA acusaram hoje a China de “ameaçar” e “assediar” os jornalistas estrangeiros, depois da decisão de Pequim de congelar as acreditações de meios dos EUA.

A atenção dos investidores foi ainda orientada para as negociações no Congresso dos EUA sobre novas medidas de estímulo económico, mas as divergências entre democratas e republicanos continuam fortes.

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