Genebra, Suíça, 26 jun 2020 (Lusa) — Um total de 31,3 mil milhões de dólares (27,9 mil milhões de euros) vai ser necessário para produzir testes, vacinas e medicamentos contra a covid-19 e distribuí-los de forma equitativa no mundo, estimou hoje a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A cifra foi mencionada pela OMS em comunicado, na véspera de uma conferência mundial de doadores, coorganizada pela Comissão Europeia e na qual é esperada a intervenção do secretário-geral da ONU, António Guterres, e de chefes de governos europeus.
Em 24 de abril, a OMS e os seus parceiros lançaram uma iniciativa para acelerar o desenvolvimento, a produção e o acesso equitativo a novos meios de diagnóstico, terapias e vacinas contra o coronavírus na origem da pandemia da covid-19.
Segundo a OMS, é necessário um financiamento de 31,3 mil milhões de dólares (27,9 mil milhões de euros) durante os próximos 12 meses.
A verba, da qual já foram prometidos 3,4 mil milhões de dólares (3,03 mil milhões de euros), destina-se a produzir e distribuir 500 milhões de testes e 245 milhões de tratamentos nos países menos ricos até meados de 2021.
Outra parte do financiamento visa assegurar, até ao fim de 2021, dois mil milhões de doses de vacinas no mundo, dos quais metade são para os países menos desenvolvidos.
Para as vacinas são necessários 18,1 mil milhões de dólares (16,1 mil milhões de euros), um montante que representa mais de metade do ‘bolo financeiro’. De acordo com a OMS, 15 vacinas candidatas estão em ensaios clínicos.
“É um investimento que vale a pena ser feito. Se não nos mobilizamos agora, os custos humanos e as repercussões económicas vão agravar-se”, avisou em conferência de imprensa a enviada especial da OMS para a iniciativa “ACT Accelerator”, a nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, lembrou que, no contexto de uma pandemia como a da covid-19, todas as pessoas “devem ter acesso a todas as ferramentas de prevenção, deteção e tratamento”, e não apenas as que “têm meios para as pagar”.
Tedros Adhanom Ghebreyesus pediu a “colaboração ativa de governos, indústria, sociedade civil e comunidades”, assinalando que “as ferramentas de luta contra a covid-19” só são “realmente efetivas” com um “ingrediente essencial”, a solidariedade.
A pandemia da covid-19 já provocou quase 487 mil mortos e infetou mais de 9,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência noticiosa francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.555 pessoas das 40.866 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A covid-19 é uma doença respiratória infecciosa causada por um novo coronavírus (tipo de vírus) detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
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