LUSODESCENDENTES QUE PEGAM NAS ARMAS EM NOME DO ISLÃO VISTOS COMO “COISA RARA” EM FRANÇA

LusaParis, 09 out (Lusa) – A notícia da existência de uma dezena de portugueses, descendentes de famílias emigrantes, a combater em grupos ‘jihadistas’ na Síria e no Iraque está a ser encarada, em França, como “uma coisa tão rara que deixa alguma perplexidade”, disse à Lusa o Padre Carlos Caetano.

O capelão nacional dos portugueses não teve conhecimento de casos junto da comunidade mas admite que “na sociedade francesa há uma sede de autenticidade e de espiritualidade autêntica” que, aliada “a um mundo católico onde se dá cada vez mais valor à forma do que ao conteúdo”, pode degenerar em recrutamentos para a ‘jihad’.

“Houve uma altura em que abandonámos muitos valores e agora estamos a voltar – e por vezes de forma radical – a uma busca de uma norma que possa dar uma certa estrutura à nossa vida. Infelizmente, muitas vezes, quem procura este tipo de estrutura são pessoas que, pelo menos no momento da busca, se encontram num estado fragilizado. Se houver quem proponha algo de muito absoluto e rígido, isso pode ser uma grande sedução”, sugere.