NUAS E PASSEADAS COM TRELAS

Polícia fez buscas na casa das torturas e não encontrou vestígios de cadáveres sepultados. Uma mulher e vários recém-nascidos podem ter sido ali mortos
Polícia fez buscas na casa das torturas e não encontrou vestígios de cadáveres sepultados. Uma mulher e vários recém-nascidos podem ter sido ali mortos
Polícia fez buscas na casa das torturas e não encontrou vestígios de cadáveres sepultados. Uma mulher e vários recém-nascidos podem ter sido ali mortos
Polícia fez buscas na casa das torturas e não encontrou vestígios de cadáveres sepultados. Uma mulher e vários recém-nascidos podem ter sido ali mortos

Vizinhos alertaram a polícia e relataram abusos, mas as autoridades dizem não ter registo dos telefonemas e ignoraram as denúncias.
Os vizinhos da casa de Cleveland onde três mulheres passaram dez anos presas, torturadas e violadas pelos irmãos Ariel, Onil e Pedro Castro, denunciaram repetidamente situações estranhas. A polícia ignorou todos os telefonemas de alerta, até mesmo um em que duas vizinhas diziam ter visto três jovens nuas, de joelhos e mãos no chão, passeadas de trelas como cães nas traseiras da casa de Ariel. Três homens seguravam as trelas e ameaçavam as mulheres, contaram ainda.
As mulheres seriam, presumivelmente, Amanda Berry, de 26 anos, Michelle Knight, de 32, e Gina De Jesus, de 23. Raptadas entre 2002 e 2004, foram encontradas segunda-feira depois de Amanda fugir com a ajuda de um vizinho que a ouviu gritar.
Israel Lugo, outro vizinho, contou que em novembro de 2011 ouviu ruído de pontapés nas portas da casa, cujas janelas estavam cobertas por cartões e plásticos. Avisou o número de emergência e as autoridades foram ao local e bateram à porta, mas como ninguém respondeu, foram embora.
A polícia diz não ter registos de denúncias nos últimos 10 anos e assegura ter seguido todas as pistas para localizar as mulheres e confirma duas visitas à casa onde elas estavam. A primeira em março de 2000, devido a distúrbios na rua, e a segunda em 2004. O motivo da última visita foi o comportamento profissional de Ariel, o proprietário da casa. Condutor de autocarros escolares, devolveu um à garagem com uma criança ainda a bordo.
As investigações da polícia revelaram, entretanto, que durante o cativeiro Ariel fazia um jogo cruel com as jovens raptadas. Fingia sair de casa, voltava pouco depois e espancava a que tivesse tentado fugir.