
A denuncia é da alta comissária da ONU para os Direitos Humanos refere-se ao projeto de Washington de devolver aos seus países de origem, na América Central, as crianças em situação ilegal.
Neste momento, existem perto de 57.000 crianças não acompanhadas nos Estados Unidos e esta responsável diz-se extremamente preocupada porque os Estados Unidos parecem estar prestes a devolver a maioria delas.
Navi Pillay na declaração feita esta quinta-feira à imprensa, em Genebra adiantou que a chegada em massa de menores não acompanhados obteve uma fraca resposta das autoridades norte-americanas, que não têm meios financeiros e legais para responder a este movimento.
O Presidente norte-americano, Barack Obama, insistiu que os recém-chegados seriam devolvidos e está a ser preparada legislação para acelerar os processos.
Para Washington, este fluxo de jovens em situação ilegal constitui uma crise humanitária, sendo a maioria das crianças é oriunda de El Salvador, Guatemala e Honduras, em fuga da pobreza e violência nos países de origem.
Para a ONU, é preciso oferecer um teto e cuidados a estas jovens vítimas e a expulsão não deve ocorrer se a sua proteção não estiver garantida nos países para onde são devolvidos.
A comissária das Nações Unidas considera que é preciso atacar as verdadeiras causas da crise, nos países de origem e de destino.
As redes criminosas de tráfico humano devem ser desmanteladas e punidas. São os traficantes que devem ser punidos e não as vítimas ou as famílias”, sublinhou.
Se as crianças não estão acompanhadas e não são oriundas de países fronteiriços, como o México ou o Canadá, os Estados Unidos são obrigados, no prazo de 72 horas, garantir um guardião responsável.
Em média, estas crianças passam 34 dias nestas casas antes de serem libertadas, e entregues, em 85% dos casos, a familiares já residentes nos Estados Unidos.
Em seguida devem comparecer perante um tribunal especializado em imigração.
No início do mês, cerca de sete mil crianças estavam em centros de detenção, próximos das fronteiras, ultrapassando em muito o prazo de 72 horas.
Alguns responsáveis informaram este mês, os senadores norte-americanos, de que as autoridades gastavam entre 250 e mil dólares por criança e por dia para cobrir despesas de alojamento e cuidados.