DESCOBERTO O “TEMPLO PERDIDO” NOS AÇORES

Ponta Delgada
Ponta Delgada Foto: wikipedia
Ponta Delgada
Ponta Delgada
Foto: wikipedia

O historiador José de Almeida Mello anunciou a descoberta de um complexo religioso de reduzidas dimensões que esteve encoberto durante séculos pela vegetação, na ilha de S. Miguel, Açores.

A autarquia de Ponta Delgada pretende agora valorizar o achado, que aparenta ser um complexo religioso de reduzidas dimensões que está dividido em duas partes bem distintas, que além de uma pequena ermida de evocação desconhecida, com altar e teto em abóboda, há também um pátio, colunas em pedra, zona de refeições com mesa e duas cavernas não muito profundas.

Designada por “templo perdido”, esta descoberta nunca antes tinha sido referenciada pela historiografia local, nem se sabe quem o mandou construir, apesar de existir uma lenda que aponta para origem castelhana.
Segundo disse José de Almeida Mello, o complexo está localizado na freguesia da Covoada, numa propriedade privada, junto a uma nascente de água, num vale com densa vegetação, a uma altitude de 600 metros. “Estamos perante um lugar cenobita, que quer dizer que é um complexo que poderá ser de finais do século XVI, início do século XVII”, admitiu o historiador, que contou com a colaboração do fotógrafo Orlando Medeiros na descoberta do local, que contém “vários símbolos” gravados nas pedras, entre eles cruzes de Caravaca, raras nos Açores.

Para o presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, a descoberta merece ser valorizada, pelo valor histórico que contém para o concelho e para o arquipélago. “Nós temos de valorizar, no presente, este histórico de Ponta Delgada. Uma vez exposto, não pode voltar ao abandono. Isso seria uma crime lesa cultura”, afirmou José Manuel Boleiro, na apresentação da descoberta, acrescentando que o trabalho será feito, conjuntamente, com o proprietário, a junta de freguesia, os autores da descoberta e a Universidade dos Açores.

José de Almeida Mello adiantou, ainda, que o local já foi alvo de uma ação de limpeza e remoção de terra e vegetação, estando prevista, no sábado, uma visita por um grupo de 50 pessoas, que se inscreveram previamente.