Pequim, 29 mar (Lusa) – A Huawei anunciou hoje que as vendas em 2018 ultrapassaram os 90 mil milhões de euros, apesar da ofensiva de Washington para boicotar a tecnologia de quinta geração (5G) da gigante chinesa das telecomunicações.
As vendas da Huawei Technologies registaram uma subida homóloga de 19,5%, para 721,2 mil milhões de yuan (94,8 mil milhões de euros), impulsionadas por ganhos de dois dígitos nas unidades para consumidores e corporações.
No entanto, as vendas para operadoras de telecomunicações e Internet fixaram-se no mesmo valor do ano passado, em 294 mil milhões de yuans (55,4 mil milhões de euros), num aparente efeito da ofensiva norte-americana.
Os Estados Unidos acusaram a maior fabricante mundial de equipamentos de transmissão para firmas de telecomunicação e Internet de fornecerem informações aos serviços secretos chineses. Washington, que proibiu já a Huawei de participar na implantação da rede 5G em solo norte-americano, está também a pressionar os aliados a tomarem medidas semelhantes.
Austrália, Nova Zelândia e Japão aderiram já aos apelos de Washington e restringiram a participação da Huawei.
No início deste mês, Portugal foi alvo de uma advertência idêntica, devido a um acordo assinado entre a Altice e a Huawei, para o desenvolvimento de tecnologia 5G.
As redes sem fio 5G destinam-se a conectar carros autónomos, fábricas automatizadas, equipamento médico e centrais elétricas, pelo que vários governos passaram a olhar para as redes de telecomunicações como ativos estratégicos para a segurança nacional.
O lucro da Huawei subiu 25,1%, em 2018, em relação ao ano anterior, para o equivalente a 7,8 mil milhões de euros.
A empresa indicou ainda ter investido, em 2018, 14,1% das receitas com vendas em pesquisa e desenvolvimento, o equivalente a 101,5 mil milhões de yuan (13,3 mil milhões de euros).
Em conferência de imprensa, o presidente rotativo da Huawei, Guo Ping, afirmou que o grupo “está empenhado em construir as melhores conexões de rede 5G do mundo” e vai cumprir “estritamente todos os padrões relevantes para fabricar produtos seguros, confiáveis e de alta qualidade”.
“A cibersegurança e a proteção da privacidade dos usuários estão no topo da nossa agenda”, acrescentou.
Guo insistiu que as empresas que optarem por trabalhar com a Huawei vão ser “as mais competitivas na era do 5G” e os países que o fizerem vão ganhar vantagem “na próxima onda de crescimento da economia digital”.
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