Redação, 24 fev (Lusa) – O governador de Roraima, no Brasil, Antônio Denarium, anunciou hoje que vai decretar situação de calamidade na saúde pública do estado, na sequência dos conflitos na Venezuela, informou a agência noticiosa Brasil.
A decisão foi tomada após o agravamento dos conflitos na Venezuela, país vizinho, que resultou no aumento do número de feridos que são transportados para hospitais de Roraima.
“Nós já estávamos com a situação crítica na saúde aqui no estado de Roraima e, com a onda de violência na Venezuela, essa crise agravou-se ainda mais”, afirmou, numa conferência de imprensa.
O decreto já foi assinado e deverá ser publicado na segunda-feira no Diário Oficial daquele estado.
“Nós vamos decretar estado de calamidade pública na saúde de Roraima para que a possamos ter a possibilidade de fazer compras, de emergência, de medicamentos e material médico-hospitalar”, acrescentou Denarium.
Nas últimas 36 horas, 18 feridos deram entrada no Hospital Geral de Roraima, em Boa Vista, com ferimentos por arma de fogo.
Desse total, 13 tiveram que ser tratados com cirurgias e estão internados em unidades de cuidados intensivos.
O governo do estado também está a analisar a possibilidade de contratar serviços hospitalares privados, caso aumente a procura de internamentos, já que no principal hospital do estado já não há mais disponibilidade de cuidados intensivos ou de camas.
O governador informou também que o exército disponibilizou sete ambulâncias para levar pacientes de Pacaraima, cidade que fica na fronteira com a Venezuela, para a capital do estado, Boa Vista.
Equipas médicas também foram reforçadas no Hospital de Pacaraima, que não tem estrutura para atendimentos de alta complexidade.
O vice-governador de Roraima, Frutuoso Lins, que é médico, informou que os feridos que têm chegado ao hospital são, na sua maioria, vítimas graves de tiros de fuzil, que exige um tratamento mais intenso do que feridos por armas de fogo simples.
Antônio Denarium destacou que, com o encerramento da fronteira terrestre entre os dois países, determinada pelo presidente do país vizinho, Nicolás Maduro, cerca de 2.000 brasileiros que vivem na região de Santa Elena do Uiarén, cidade que fica do lado venezuelano, estão retidos.
Entretanto, disse ter recebido informações de que poderá haver uma reabertura parcial da fronteira nos próximos dias.
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