Luanda, 22 fev (Lusa) – As fortes chuvas que caíram entre a noite de quinta-feira e a manhã de hoje na província de Luanda provocaram quatro mortos e um desaparecido, tendo-se registado também 1.685 inundações, segundo um novo balanço do governo provincial.
Segundo o balanço, ainda provisório e elaborado em conjunto com a Comissão Provincial de Proteção Civil, o mau tempo que assolou a região de Luanda deixou também 15 famílias desalojadas, tendo ainda três residências sido destruídas, além da queda de sete árvores e danos numa viatura.
Entre as razões para as graves consequências provocadas pelo mau tempo na região, além das alterações climáticas, o aumento dos níveis de precipitação da época chuvosa e o “incumprimento” dos planos diretores das administrações locais, o Governo Provincial de Luanda apontou também a construção “anárquica” de habitações, muitas delas edificadas em áreas de risco, como linhas férreas e de alta tensão, encostas de montanhas, margens dos rios.
A obstrução de linhas de água e de valas de drenagem ou assoreamento dos rios continuam a ser outros motivos para o agravamento das consequências da chuva na capital angolana, bem como o uso de materiais “inadequados” na construção de residências, a “inobservância” das normas de segurança comunitária, associadas à “deficiente responsabilização dos infratores” ou a “fraca qualidade” das construções e residências nas zonas periféricas juntamente com a “deficiente” fiscalização de obras.
Segundo os dados, foi precisamente nas zonas periféricas que as chuvas provocaram mais danos, sobretudo no município de Kilamba Kiaxi, que registou 1.568 ocorrências (93% do total da província de Luanda), e que viu desalojadas 10 das 15 famílias afetadas e a morte de duas das quatro vítimas.
As outras duas mortes registaram-se na cidade de Luanda, onde também desabou uma residência.
O bairro do Cazenga foi igualmente afetado, com 111 ocorrências de inundações em habitações, mas sem outras consequências, tal como o de Talatona, que registou inundações em seis habitações.
Como “medidas de resposta”, o Governo Provincial de Luanda tem em curso operações de sucção de águas, com motobombas, estando também a proceder à limpeza de sarjetas e à abertura de valas para escoamento da água, além de uma campanha de sensibilização junto dos cidadãos que vivem em zonas de risco.
Um anterior balanço, igualmente provisório, feito ao início da manhã pelo Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros (SNPCB), deu conta de que as chuvas sobre a província de Luanda tinham provocado duas mortes na sequência do desabamento da residência em que viviam.
Segundo o porta-voz do comando provincial de Luanda do SNPCB, Faustino Minguêns, há também o registo do desabamento por completo de uma ponte, que ligava o bairro Popular ao do Golf, no Kilamba Kiaxi.
O responsável frisou que algumas árvores caíram em várias zonas da capital angolana, devido aos fortes ventos, e centenas de residências ficaram inundadas devido às fortes chuvas, que continuaram na manhã de hoje, mas de forma mais moderada, mas voltaram, à tarde, em força, embora por pouco tempo.
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