GREVE DOS MÉDICOS, PS APOIA E PSD DIZ QUE ESTÁ POLITIZADA

MedicosO protesto contra a política do governo na área da saúde, começou às 00:00 de terça-feira e decorre até às 24:00 de quarta-feira, foi convocado pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e conta com o apoio da Ordem, de várias associações do setor e também de pensionistas e doentes, sendo a segunda greve que o ministro Paulo Macedo enfrenta em dois anos.

A publicação do código de conduta ética, a que os médicos chamam “lei da rolha”, a reforma hospitalar, o encerramento e desmantelamento de serviços, a falta de profissionais e de materiais e a atribuição de competências aos médicos, para as quais não estão habilitados, são os principais motivos para a convocação desta greve.

Ao contrário da paralisação de 2012, a atual greve não tem a participação do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), que no dia em que foi anunciada esta forma de luta, explicou que não aderia.

Numa primeira reação ao protesto, o deputado do PSD Miguel Santos considerou que a greve dos médicos é extemporânea e está “fortemente politizada” pela Federação Nacional dos Médicos e pelo bastonário, que acusou de prosseguirem agendas políticas alheias aos interesses dos doentes.

Miguel Santos destacou algumas medidas do atual governo para o setor nos últimos três anos, frisando que foram lançados concursos públicos e admitidos no SNS “para cima de 1500 novos médicos para os quadros e lançados concursos de progressão na carreira dos médicos e acrescentou que o SNS pagou mais de dois mil milhões de euros de dívidas acumuladas que eram um “constrangimento sério” ao funcionamento do Serviço Nacional de Saúde.

Já o Partido Socialista afirma compreender o protesto dos médicos considerando que quem tem feito greve no setor tem sido o Governo, que tem feito cortes e potenciado um “atraso civilizacional”.

Álvaro Beleza, do Secretariado Nacional socialista, numa intervenção na sede do partido, em Lisboa afirmou que “O PS compreende a indignação dos profissionais de saúde e quer dar uma palavra àqueles que hoje não fazem greve, como sejam os administrativos, os auxiliares, os enfermeiros, todos os profissionais de saúde que se não fosse o seu esforço diário e a sua abnegação ao serviço público, o serviço público de saúde estaria em muito pior situação”.

Para o dirigente socialista, médico de profissão, os cortes que Governo fez em três anos no setor da saúde são o dobro do exigido pela ‘troika’ e não houve qualquer tipo de reformas e modernização do sistema de saúde neste período.

Álvaro Beleza disse ainda aos jornalistas que durante a tarde vai vestido com a sua bata branca à manifestação frente ao ministério da Saúde.