A diminuição da força de trabalho combinada com o envelhecimento da população vai colocar desafios à economia do Ontário, que deverá crescer a um ritmo mais lento do que a média nacional ou dos EUA, nas próximas duas décadas, segundo um relatório divulgado na quarta-feira. O relatório, divulgado pelo ministro das Finanças, Carlos Sousa, prevê que o
produto interno bruto (PIB) do Ontário tenha, em média, um crescimento de 2,1 por cento entre 2014 e 2035, em comparação com os 2,2 por cento a nível nacional, de 2,4 por cento nos EUA e 3,1 por cento a nível mundial.
É esperado que o número de idosos no Ontário duplique para 4,1 milhões em 2035, o que, adverte o relatório, vai aumentar a procura por serviços públicos, especialmente de saúde, serviços sociais e de infraestrutura. Os Conservadores disseram que o relatório está a ser usado pelos Liberais para justificar os seus planos para gastar milhares de milhões de dólares a mais no próximo orçamento e para introduzir deduções na folha de pagamento para apoiar um plano de previdência provincial.
Por seu lado, os Novos Democratas salientaram que o fato do relatório mostrar o fraco crescimento para as próximas duas décadas é a prova de que as políticas económicas dos Liberais não estão a funcionar, e acusou o governo de usá-lo para apoiar os seus próprios planos de gastos. O relatório conclui que melhorar o rendimento de aposentação será crucial para a economia, apoiando o plano Liberal para apresentar um Plano de Pensão do Ontário se Otava continuar a recusar-se a reforçar o Plano de Pensão do Canadá, a opção preferida da província. Melhores rendimentos de pensões vão ajudar a melhorar a economia, sublinhou Sousa.
Para além disso, o relatório refere que, enquanto a força de trabalho encolhe, a imigração vai tornar-se a principal fonte de crescimento para o novo trabalho, no Ontário, apoiando o pedido Liberal para que Otava possa dar à província os mesmos poderes para escolher os imigrantes como a província do Quebec.
O relatório prevê que a inflação vai cair do intervalo de três por cento, para uma média de dois por cento no Ontário e cerca de 2,2 por cento no resto do Canadá, durante as próximas duas décadas. Este também prevê que a taxa de desemprego do Ontário baixe de 7,7 para 5,6 por cento, ao longo dos próximos 20 anos, mas não deverá baixar abaixo dos seis por cento antes de 2018.
Este indica ainda que o Ontário está “bem posicionado” para aproveitar a crescente participação global das economias de mercado, por parte dos países em desenvolvimento como a China, ao aumentar as exportações de setores como tecnologia agro-alimentar, infraestrutura, ciências
biológicas, comunicação, educação, indústria avançada e serviços financeiros.
O ministro das Finanças não quis comentar sobre a fiabilidade das projeções económicas de 20 anos, mas disse que vai usar o relatório para ajudar a determinar o melhor caminho a seguir.
O relatório também dá a primeira indicação do que o governo Liberal considera ser rendimento médio, uma pergunta na mente de todos, uma vez que a Primeira-Ministra Kathleen Wynne prometeu não aumentar os impostos sobre a classe média no orçamento para financiar o trânsito público. Sob o título “assalariados de rendimento médio”, as perspectivas económicas listam trabalhadores do Ontário com rendimentos entre $25.000 e $75.000 por ano, o que poderá significar que qualquer um a ganhar mais do que isso, poderá enfrentar um aumento de impostos no orçamento.