O presidente russo considera as últimas sanções impostas pela UE e pelos EUA como inaceitáveis, mas Vladimir Putin diz que a Rússia continua interessada em desenvolver cooperação com Bruxelas e com Washington.
Já o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, considera que a crise na Ucrânia só poderá ser resolvida através de uma solução diplomática que respeite a integridade territorial da ex-república soviética.
À chegada á capital ucraniana um dia depois de ter mantido conversações em Moscovo com o Presidente russo, Vladimir Putin, Ban Ki-Moon disse que a atual crise só poderá ser resolvida através de soluções diplomáticas pacíficas baseadas nos princípios da Carta das Nações Unidas, incluindo o respeito pela soberania, unidade e integridade territorial da Ucrânia”.
O líder da ONU a disse ainda que chegou a Kiev “com o coração muito pesado” para encontros com as autoridades locais, incluindo uma reunião com o presidente interino ucraniano Olexandre Turtchinov, revelando que durante o encontro com o chefe de Estado russo, manifestou a sua profunda preocupação com a atual crise, pedindo um “diálogo honesto e construtivo” entre a Rússia e a Ucrânia.
Para o representante das Nações Unidas estes são alguns dos momentos mais sérios e dramáticos na história na Ucrânia, acrescentando que a anexação da península da Crimeia pela Rússia tornou-se numa questão regional e até mesmo global que desviou a atenção dos líderes mundiais de outras crises violentas como é o caso da guerra na Síria.
Por sua vez, Olexandre Turtchinov reiterou que a Ucrânia nunca irá reconhecer a perda da república autónoma da Crimeia.
A república autónoma da Crimeia, um território no sul da Ucrânia e de população maioritariamente russa, está no centro da tensão entre Moscovo e Kiev desde a destituição, em fevereiro, do presidente ucraniano Viktor Ianukovich, considerado pró-russo.
As autoridades locais da península autónoma recusaram reconhecer o novo Governo ucraniano e referendaram, no domingo passado, uma união com a Rússia, apoiada por 96,77% dos votantes.
Vladimir Putin assinou na terça-feira um tratado bilateral de união com o primeiro-ministro da república autónoma ucraniana da Crimeia, Sergei Aksionov, e outros dirigentes da península, ignorando as sanções ocidentais impostas contra Moscovo.
Durante os últimos dias, a república da Crimeia tem sido cenário de incidentes envolvendo forças pró-russas e militares ucranianos. As bases ucranianas na Crimeia estão cercadas e sob o controlo das forças pró-russas.