
O secretário-geral das Nações Unidas vai deslocar-se à Rússia e à Ucrânia com a intenção de promover uma saída pacífica para a crise que opõe os dois países.
Ban Ki-moon vai reunir-se com o Presidente russo, Vladimir Putin, em Moscovo na quinta-feira, e com o Presidente interino ucraniano, Oleksandr Turchinov, e o primeiro-ministro interino, Arseni Iatseniuk, em Kiev, na sexta-feira.
Esta visita de última hora faz parte dos esforços diplomáticos para encorajar todas as partes a resolver a crise atual de forma pacífica.
Em Moscovo, Ban Ki-moon vai reunir-se também com o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, enquanto em Kiev vai falar ainda com representantes da sociedade civil, sendo que tem apelado constantemente para um solução orientada pelos princípios da Carta das Nações Unidas, nomeadamente a soberania e a integridade territorial dos Estados.
Em reação à anexação da Crimeia pela Rússia, Ban Ki-moon defendeu a integridade territorial da Ucrânia, mas sem condenar claramente a reanexação da região nem afirmar se o referendo é legítimo.
Após o início da crise, o responsável da ONU mandou à Ucrânia um enviado, Robert Serry, bem como o seu adjunto direto, Jan Eliasson, e o seu responsável dos direitos humanos, Ivan Simonovic, mas nenhum deles conseguiu convencer Moscovo e Kiev a iniciar um diálogo.
Treze dos 15 países membros do Conselho de Segurança da ONU apoiaram no sábado uma resolução, proposta pelos Estados Unidos, condenando sem equívoco o referendo sobre a anexação da Crimeia à Rússia. Moscovo vetou a proposta, impedindo a adoção do texto, enquanto a China se absteve.
A tensão na Crimeia subiu de tom na terça-feira, com a Rússia a reconhecer a república autónoma ucraniana como parte do seu território e a Ucrânia a dar autorização aos seus soldados para usarem armas.