A autora lançou esta terça-feira o seu novo livro “Os Memoráveis”, no Teatro Aberto, em Lisboa, mas Lídia Jorge defende que deve ser lido com o respeito que se tem pelo romance, por considerar que este estilo tem um lugar importante no mundo de hoje, apesar de ser posto muito de lado e estar desfigurado, mas faz parte de uma disciplina que é indispensável para o entendimento profundo dos países, das nações e das sociedades.
A narrativa de ‘”Os Memoráveis” é protagonizada por Ana Maria Machado, uma repórter portuguesa em Washington que, em 2004, foi convidada a fazer um documentário sobre a Revolução, considerada pelo embaixador norte-americano à época, em Lisboa, “um raro momento da História”.
Para Lídia Jorge, este romance perspetiva o que foi feito de uma utopia, pretende projetá-la no decorrer do tempo e, ao mesmo tempo, levantar não só uma homenagem ao que aconteceu nesse dia [25 de Abril de 1974], como falar desse dia como um projeto de esperança, não vindo do passado mas como um projeto de futuro.
Quanto à escolha do título, para a autora, memorável é o que do passado se recolhe e se pode projetar no futuro.
A obra, editada pelas Publicações D. Quixote, tem apresentação do jornalista Mário Mesquita e da atriz Beatriz Batarda.