EUA E NATO ADVERTEM RÚSSIA PARA QUE EVITE “MAL-ENTENDIDOS” SOBRE CRIMEIA

Obama recebido por Putin na chegada à cimeira do G20, na cidade russa de São Petersburgo

Obama recebido por Putin na chegada à cimeira do G20, na cidade russa de São PetersburgoO secretário da Defesa norte-americano, Chuck Hagel, juntou-se à NATO no aviso à Rússia para que não faça qualquer ação que possa levar a mal-entendidos e ao aumento da tensão na Crimeia, península de maioria russófona.
O comentário de Hagel foi feito na conferência de imprensa de encerramento do encontro de dois dias dos ministros da defesa da NATO e surgiu depois de dezenas de homens armados pró-Kremlin terem tomado o controlo do Parlamento e da sede do Governo da Crimeia, hasteando nos dois locais bandeiras russas, e de Moscovo ter ordenado exercícios de preparação para combate perto da fronteira com o ex-Estado soviético.
A crise na Ucrânia dominou o encontro da aliança atlântica, com uma reunião de emergência da Comissão NATO-Ucrânia acrescentada à agenda à última hora.
Washington está preocupada com os mais recentes desenvolvimentos, especialmente na Crimeia, e continua “a falar com os seus interlocutores russos” sobre as intenções destes, também o secretário-geral da NATO, Anders Fogh Rasmussen fez saber que não tem indicação de que a Rússia tenha planeado uma intervenção militar na Ucrânia, após a Aliança Atlântica ter avisado Moscovo para não alimentar tensões ou criar mal-entendidos.
Questionado sobre o exercício militar, Rasmussen afirmou que a resposta que tem tido dos russos sobre isso é que esse exercício não tem nada que ver com os últimos acontecimentos na Ucrânia, apesar de reconhecer que o exercício militar não torna a situação mais fácil, insistindo para que todas as partes façam o seu melhor para acalmar a situação.
Os ministros da Defesa da NATO defenderam na quarta-feira em comunicado que uma Ucrânia soberana, independente e estável é essencial para a segurança na Europa.
Os últimos desenvolvimentos desencadearam preocupação quanto ao futuro da Ucrânia e a um conflito mais alargado, depois de o Presidente pró-russo Viktor Ianukovich ter sido deposto no fim de semana passado, após três meses de protestos contra o Governo.
A Crimeia é especialmente sensível, como sede da frota naval russa no Mar Negro e as tensões ali assumiram novas dimensões depois de o Presidente russo, Vladimir Putin, ter ordenado na quarta-feira exercícios de prontidão militar no oeste da Rússia.
O novo Governo interino ucraniano também já avisou a marinha russa para que mantenha as suas tropas nas respetivas bases, alegando que quaisquer movimentações de tropas serão consideradas agressão militar”, disse o Presidente interino pró-Ocidente Oleksandr Turchinov no parlamento.
Por seu lado, Moscovo disse que cumprirá os tratados que regulam a utilização da Crimeia pela sua frota do Mar Negro.
Já o deposto presidente da Ucrânia, Viktor Ianukovich, afirmou que se continua a considerar chefe de Estado legítimo do seu país e pediu à Rússia que garanta a sua segurança, numa mensagem em parte incerta, mas divulgada pela agência noticiosa russa Interfax, alegando que é vítima de ameaças e assinalou que o novo poder em Kiev é ilegítimo.