(FOTOS RUI MIGUEL PEDROSA)
Revoltado com o salário que recebia, por considerálo inferior ao que entendia ser adequado, um vigilante do Santuário de Fátima canalizou a sua ira para os principais locais de culto. Perturbou missas, depois de desligar o quadro elétrico, provocou inundações, furtou equipamento de som e deixou graffiti nas paredes.
Três anos depois, o autor, de 43 anos, já afastado do Santuário, viu o Tribunal da Relação de Coimbra manter a pena de quatro anos e dois meses de cadeia, suspensa na condição de pagar 39 848,09 euros de indemnização.
A basílica da Santíssima Trindade e a capela do Calvário Húngaro foram os principais alvos do vigilante. Tudo começou em dezembro de 2009, altura em que o arguido retirou a chave mestra ao chefe dos vigilantes, passando a ter acesso a locais reservados. A partir daí,segundo o recurso do Ministério Público,“utilizou todos os estratagemas” para perturbar os atos de culto.
No dia de Natal, em 2009, impediu a transmissão da missa das 11h00, na RTP, após desligar o quadro elétrico. Nos meses seguintes, voltou a efetuar vários cortes de energia e inutilizou também o gerador elétrico.
Descontente com o salário e num contexto de relacionamento conflituoso com os colegas de profissão, o arguido continuou, segundo o acórdão, a causar estragos em 2010. Abriu as torneiras da casa de banho, causando
uma inundação e terá ainda danificado o sistema de alarme.