Em 2012, Ivone Adelaide alterou o nome e passou a chamar-se Lourenço Ódin. Aos 30 anos, iniciava então o processo para ter o sexo que a sua mente desejava. Hoje, o jovem é visto diariamente por milhões de telespectadores no programa ‘Casa dos Segredos’.
No exterior do programa, a namorada, Susana Simões, revelou a relação de nove anos e expressou o desejo de se casarem.
Nos últimos três anos, de acordo com dados do Ministério da Justiça, mais 155 pessoas tomaram a mesma atitude de Lourenço e adotaram um nome que não corresponde ao sexo com que nasceram. Um outro rosto conhecido dos portugueses é a cantora Patrícia Ribeiro, que em 2011 deixou de se chamar Nuno Miguel. “É um processo longo, que passa pela psiquiatria, tratamento com hormonas, aprovação legal. Nunca demora menos de dois ou três anos, após a identificação do distúrbio de identidade de género”, explica Celso Cruzeiro, diretor da Unidade de Reconstrução Genito-Urinária e Sexual do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra. O número de transexuais que vivem em Portugal não é conhecido, mas os indicadores disponíveis revelam um valor idêntico às estatísticas, que apontam para um homem em cada 30 mil que sente que é mulher e uma mulher em cada cem mil que se considera homem. Num país com 10,4 milhões de habitantes, seriam assim cerca de 250 transexuais. Além dos 156 (78 homens e igual número de mulheres) que mudaram de nome desde 2011, houve mais70 que, entre 2005 e 2010, foram submetidos a cirurgia no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, para a mudança de sexo. A cirurgia é permitida em Portugal desde 1995.
Os números revelam um ‘boom’ de 79 casos em 2011, ano em que a mudança de nome passou a ser automática mediante a apresentação do diagnóstico médico.