No plano de matança de Gonçalo, de 15 anos, constava uma extensa lista de materiais perigosos como facas, verylights, gás pimenta, um bastão, gasolina, álcool e vários isqueiros e caixas de fósforos. Mas esta lista, numa folha A4 que já está nas mãos da polícia, funcionava apenas para substituir o verdadeiro plano do estudante de Massamá, Sintra, que tinha por objetivo assassinar a tiro pelo menos 60 pessoas dentro da escola onde estuda.
Cerca de uma semana antes, Gonçalo, que anteontem esfaqueou três pessoas – dois colegas e uma funcionária, na Secundária Stuart Carvalhais – encomendou uma pistola a um colega, entretanto já identificado pela polícia. O valor apagar era de 170 euros, que Gonçalo não conseguiu arranjar a tempo.
O jovem que iria vender a arma ao rapaz já fez saber aos agentes que nunca teve a arma de fogo, mas, pelo contrário, diz que a intenção do colega era bem real. No plano constava ainda a intenção de fugir do local e depois suicidar-se num esconderijo.
Ontem, Gonçalo, filho de dois profissionais de saúde, foi presente a um juiz do Tribunal de Família e Menores de Sintra, e ficou sujeito à medida de internamente num centro educativo durante três meses. Depois, será sujeito a uma avaliação psiquiátrica para se ficar a saber se o jovem está apto para regressar à escola e a casa. Gonçalo é filho único – e passou todos os anos na escola com boas notas.
Ontem, ao juiz, segundo o seu advogado, Pedro Proença, mostrou-se arrependido, mas disse que a sua intenção não era matar os colegas. Disse estar afetado psicologicamente por sentir que o casamento dos pais estava em risco e não quer que eles se separem.“
É um bom menino, excelente aluno, que merece uma oportunidade. A compra da arma não devia passar de uma brincadeira”, diz o advogado.