ALUNO IMITA MASSACRES DA TV

INEM foi chamado para prestar apoio às vítimas do ataque (Foto de Vítor N. Garcia)
INEM foi chamado para prestar apoio às vítimas do ataque (Foto de Vítor N. Garcia)
INEM foi chamado para prestar apoio às vítimas do ataque (Foto de Vítor N. Garcia)
INEM foi chamado para prestar apoio às vítimas do ataque (Foto de Vítor N. Garcia)

Sem aviso, Gonçalo levantou-se da cadeira a meio da aula e caminhou devagar em direção à porta da sala. Os colegas só o viram tirar um pote de fumo da mochila e rebentá-lo contra o chão. A seguir veio a ameaça: “Vou matar toda a gente.” Em pânico e a sufocar, dezenas de alunos da Escola Secundária Stuart Carvalhais, em Massamá, Sintra, tentaram fugir. Em vão. Pela frente tinham Gonçalo, de apenas 15 anos, de faca em punho. Para escapar tinham de passar por ele. Três alunos e uma funcionária foram esfaqueados no pescoço e nos braços. E o número de vítimas só não foi maior porque outros colegas o enfrentaram – um deles ficou ferido ao cair de umas escadas.
O ataque começou pelas 16h15, numa das salas do pavilhão G, onde a turma do 11º ano estava a ter aulas. De acordo com colegas, Gonçalo, descrito como um rapaz franzino e introvertido, “queria imitar os massacres da televisão para se vingar de ser gozado”.
“Foram momentos de terror. A sala ficou cheia de fumo e quando tentámos fugir o Gonçalo puxou de duas facas e começou a atacar quem tentava passar”, relatou ao CM um dos alunos da turma.
“Foi aí que a Dona Nazaré [a auxiliar que ficou ferida] o tentou parar, mas ele esfaqueou-a no pescoço e depois começou a correr. Três alunos foram atrás dele para o apanhar, mas ele escapou. Só deixou a mochila para trás”, acrescenta outro jovem.
Gonçalo fugiu na direção de Massamá Norte, onde foi intercetado por elementos da PSP, entretanto alertados, e levado para a esquadra local. Não resistiu quando foi apanhado.
De acordo com o comandante da PSP de Sintra, Gonçalo “não estava referenciado pelas autoridades e não se sabe o que motivou os esfaqueamentos”.
As autoridades tentam agora perceber o que levou o menor a “atacar indiscriminadamente”.