PJ LANÇA CAÇA A ASSASSINOS DA NOITE

Flávio Machado (em baixo à dir.) viu morrer o irmão Carlos (à esq). O corpo foi retirado às 10h00
Flávio Machado (em baixo à dir.) viu morrer o irmão Carlos (à esq). O corpo foi retirado às 10h00
Flávio Machado (em baixo à dir.) viu morrer o irmão Carlos (à esq). O corpo foi retirado às 10h00
Flávio Machado (em baixo à dir.) viu morrer o irmão Carlos (à esq). O corpo foi retirado às 10h00

Era a penúltima noite de trabalho de Carlos Machado, 25 anos, no Barcas Dance Room, no Cais de Gaia. Às 05h00 de ontem, foi abatido a tiro de caçadeira naquele estabelecimento, por dois homens que horas antes tinham sido impedidos de entrar pelos seguranças. O irmão, Flávio, 26 anos, sofreu sete ferimentos no corpo e ficou em estado de choque após o ajuste de contas. A PJ suspeita de que os atiradores estejam também envolvidos em três assaltos violentos e montou uma verdadeira caça ao homem.
“Vi o meu filho numa poça de sangue”, disse o pai da vítima mortal. O taxista estava em serviço no aeroporto Sá Carneiro, na Maia, e chegou ao local do crime ainda antes do INEM. Não queria acreditar no que tinha acontecido aos seus filhos.
Carlos Machado era funcionário do Barcas há vários anos. O dinheiro ajudava-o a pagar os estudos na Escola Profissional Árvore, no Porto. Tinha conseguido recentemente um emprego a tempo inteiro e morreu após uma semana de trabalho. Era a única companhia dos pais.
O irmão Flávio terá sido atingido por uma bala no pescoço e por estilhaços em várias zonas do corpo. Saiu da discoteca pelo próprio pé e foi levado ao Hospital de Gaia, onde foram detetados “sete ferimentos”, de acordo com um familiar. A mulher está grávida e o filho nasce em janeiro; Carlos seria o padrinho.
O tiroteio ocorreu uma hora após o fecho da discoteca. A PSP, que registava um assalto a um carro a escassos metros – junto à entrada do teleférico – chegou rapidamente ao local. Cerca de uma dezena de clientes permaneciam no Barcas no momento da tragédia, enquanto os irmãos faziam a limpeza. Interrogados pelas autoridades, os presentes garantiram não ter visto quem atirou.
“Custa-me a crer que ninguém tenha visto nada, e é impressionante que tenham disparado sobre dois jovens tão tranquilos”, disse ao CM o cunhado de Flávio.
A PJ recolheu os indícios do crime – incluindo um cartucho que caiu na via pública – e as imagens captadas pelas câmaras de vigilância. O corpo de Carlos foi levado pelos Sapadores de Gaia para o Instituto de Medicina Legal do Porto.