LISBOA: TORTURA A CRIANÇAS POR RISOS À MESA

Crimes de maus tratos, dentro do colégio, foram praticados por oito alunos sobre os mais novos, nos anos de 2006, 2007 e 2008. (VITOR MOTA)
Crimes de maus tratos, dentro do colégio, foram praticados por oito alunos sobre os mais novos, nos anos de 2006, 2007 e 2008. (VITOR MOTA)
Crimes de maus tratos, dentro do colégio, foram praticados por oito alunos sobre os mais novos, nos anos de 2006, 2007 e 2008. (VITOR MOTA)
Crimes de maus tratos, dentro do colégio, foram praticados por oito alunos sobre os mais novos, nos anos de 2006, 2007 e 2008.
(VITOR MOTA)

Entre bofetadas e violentos pontapés na casa de banho ao lado das camaratas do Colégio Militar, uma pancada mais forte furou o tímpano esquerdo do aluno João Vaz, então com 11 anos. Este é um dos episódios que terça-feira começa a ser julgado no Campus de Justiça, em Lisboa.
Em causa, quatro crimes de maus tratos. E os responsáveis são ex-oito alunos da instituição do Exército – frequentavam o último ano como graduados e/ou comandantes de companhia ou secção, no ano letivo de 2006/2007 e inícios de 2008.
No processo, que o CM consultou, é referido que JoãoVaz, espancado mais de uma hora, gritou várias vezes: “ai ai… larguem- me”. O rapaz foi agredido por se ter queixado de que lhe tinham desfeito a cama. E apesar das fortes dores não o levaram ao hospital. Passou a noite toda a sangrar do ouvido. No dia a seguir foi assistido no Hospital de D. Estefania.
Outro episódio ocorreu porque um grupo de alunos começou a rir-se durante uma refeição por um deles ter derrubado um copo de água. No final, os oito alunos que agora vão começar a ser julgados e que já têm entre 20 e 23 anos, esperaram os alunos mais novos. Quatro menores foram obrigados a fazer mais de100 flexões – acabaram no hospital com sintomas de exaustão. Mal se conseguiam mexer ou respirar.
“Eram chamados de bufos e mariquinhas à frente dos colegas todos”, refere a acusação. Chegam a tribunal os crimes de oito alunos contra três menores. Segundo o juiz de instrução, mandar um aluno “fazer 20/30 flexões e o brigá-lo a repetir o exercício vezes sem conta (podendo chegar às 100, 200 flexões) até ser bem executado e dar-lhe pontapés, porque, já exausto, não é capaz de continuar o exercício, ou dar uma chapada a ponto de rebentar um tímpano do menor, é um ato criminoso”.