O patrão da Conforlimpa, que está a ser julgado por fraude fiscal no valor de 42milhões de euros, continua ativo no negócio das limpezas industriais. Apesar de estar em prisão domiciliária, Armando Cardoso entrou no capital de uma empresa do ramo das limpezas, a Skyclean, e terá já dado indicações para que os clientes da Conforlimpa sejam transferidos para esta nova sociedade.
A Skyclean foi criada em outubro de 2012 – dias depois de Armando Cardoso ter sido detido pela PJ – por Paulo Sérgio Ferreira, que se identificava como assessor da administração da Conforlimpa. Em março deste ano, a sociedade por quotas Skyclean é transformada numa sociedade anónima e faz um aumento de capital. O grupo Conforlimpa passa a deter a maioria do capital da nova empresa, num total de 55 250 euros, segundo os registos do Ministério da Justiça.
Ao que apurou o CM, Armando Cardoso terá dado indicação aos comerciais da Conforlimpa para transferirem os clientes para a Skyclean. O advogado de Armando Cardoso, Artur Marques, nega esta relação, dado que o empresário “não tem a administração da Conforlimpa Tejo nem da Skyclean”. Certo é que a perda de clientes da Conforlimpa põe em causa todo o processo de revitalização da empresa, bem como o pagamento das dívidas ao Estado. Artur Marques reconhece que “o grupo Conforlimpa adquiriu uma participação na Skyclean com o objetivo desta participar na recuperação da Conforlimpa Tejo no âmbito do processo de insolvência”.
Confrontado pelo CM, o administrador de insolvência diz que a Skyclean Lda “é uma empresa que integra a Conforlimpa SGPS ”e desvaloriza a transferência de clientes com o facto de ter imposto como condição “a criação de um sistema de controlo de gestão que
integrasse todas as empresas do grupo”.