Cofres da Segurança Social perdem cada vez mais dinheiro com a falta de contribuições de trabalhadores que ficaram sem o emprego devido à crise.
Os cofres públicos perdem em média 4700 milhões de euros por ano com os descontos dos trabalhadores portugueses que deixaram de existir por estes terem caído no desemprego. Entre 2000 e 2012, a receita perdida com o desemprego chega aos 28,5 mil milhões de euros, o equivalente a 18 por cento de toda a riqueza que o País produz num ano.
A perda resulta de contribuições para a Segurança Social com base no salário médio dos portugueses, numa altura em que o desemprego está em níveis históricos. Só os 923,3 mil portugueses sem trabalho que o Instituto Nacional de Estatística (INE) contabilizou no ano passado representam uma perda de receita contributiva de 5165 milhões de euros. Se tivermos em atenção os que já nem entram para a estatística porque simplesmente desistiram de procurar emprego, o buraco nas contas da Segurança Social é ainda maior. Os números de desempregados inscritos no IEFP (Instituto do Emprego e Formação Profissional) atingiam em agosto os 695 mil para pouco mais de 11 mil ofertas de trabalho. Isto significa uma média de 60 pessoas por cada vaga.
Aliada à perda de receita, como nota o economista Eugénio Rosa, há que contabilizar a despesa do Estado com os apoios sociais aos desempregados: 7359 milhões de euros só entre 2011 e 2013 no que respeita ao subsídio de desemprego.