Alunos e pais em protesto contra turmas com vários níveis de ensino, recusa de cursos e más condições das escolas.
Com cerca de dois mil professores ainda por colocar, milhares de alunos pelo País não tiveram ontem aulas no último dia indicado pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC) para o arranque do ano letivo.
Houve também centenas de alunos sem aulas por opção e com aval dos pais, em protesto contra turmas de 1º Ciclo com vários níveis de ensino, recusa de abertura de cursos e ainda instalações degradadas de escolas cujas obras da Parque Escolar foram interrompidas. Num arranque de ano atribulado, houve protestos de Trás-os-Montes ao Algarve.
“Quando a escola funciona mal no início, os alunos também funcionam mal. O começo do ano é muito importante para os alunos trabalharem bem”, avisa Adalmiro Fonseca, da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (Andaep), apontando o dedo “à burocracia do monstro que é o Ministério da Educação em Lisboa”.
Já o secretário de Estado do Ensino e Administração Escolar, João Casanova de Almeida, garante que “não há nada de anormal na abertura do ano letivo”. Segundo o responsável, estão por colocar apenas “1,5% dos professores” e as escolas já encontraram “soluções para minimizar o impacto” através de aulas de substituição.
Manuel Pereira, presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, diz que não é bem assim : “A maioria das escolas não tem recursos para fazer substituições, o número de professores está no limiar para acompanhar os alunos.”
Sobre a interrupção de obras da Parque Escolar, o secretário de Estado responsabilizou o anterior governo e o seu “plano megalómano”, e garantiu que o MEC “está a trabalhar para retomar as obras”.