Os bancos querem cortar nas isenções de horário dos funcionários para reduzir os custos. O BES e BCP terão sido os primeiros a optar por esta via, mas os sindicatos temem que seja o início de uma tendência no setor bancário. O banco de Nuno Amado revelou ontem que vai dispensar perto de 1250 pessoas até 2015.
A necessidade de cortar nos gastos com as isenções de horário é justificada pela necessidade de conter custos e de fazer face à fraca procura de serviços bancários – que atingiu o nível mais baixo dos últimos anos – revelou o ‘Jornal de Negócios’. No BES está a ser feito um ajustamento caso a caso, todavia no BCP serão três dezenas de funcionários que vão passar a receber menos já a partir de 1 de novembro. A Febase, que agrega os sindicatos representativos dos bancários, já pediu explicações ao BES e ao BCP e teme que este corte chegue a outros bancos. O CM contactou os principais bancos nacionais e apenas a Caixa Geral de Depósitos (CGD) respondeu. O banco público reitera que “a isenção é uma medida de gestão que a CGD aplica de acordo com a disponibilidade de serviço”, pelo que nem todos usufruem dela.
No BCP, maior banco privado, o apertar do cinto é mais visível. O banco anunciou que vai reduzir o número de colaboradores até ao final de 2015 em mais 1244 pessoas. Até à mesma data vão desaparecer 97 balcões da rede doméstica, o que permitirá uma economia de 700 milhões de euros. O banco admite ainda que a poupança poderá passar pela redução de isenções nas comissões, pelo que o preço dos serviços bancários oferecidos deverá subir. O BCP registou prejuízos de 488 milhões no primeiro semestre de 2013. Em conjunto, a banca privada registou prejuízos de 635 milhões de euros na primeira metade do ano e reduziu custos: saíram 402 colaboradores do setor.