INCENDIARAM CARAMULO DE MOTA

Cátia, Ana e Bernardo, três bombeiros que morreram no combate ao incêndio na serra do Caramulo
Cátia, Ana e Bernardo, três bombeiros que morreram no combate ao incêndio na serra do Caramulo
Cátia, Ana e Bernardo, três bombeiros que morreram no combate ao incêndio na serra do Caramulo
Cátia, Ana e Bernardo, três bombeiros que morreram no combate ao incêndio na serra do Caramulo

Já está em prisão preventiva um dos principais suspeitos da autoria do incêndio na serra do Caramulo. Fernando Marinho, de 20 anos, ateou sete pequenos fogos no espaço de 50 metros, em coautoria com um amigo, Patrick Luís, de 28 anos, residente no Luxemburgo. Depois de ter provocado os fogos, o jovem partilhou fotos das chamas nas redes sociais, tendo mesmo dirigido uma homenagem a Ana Rita Pereira, bombeira de Alcabideche que morreu no incêndio.
“Obrigada por tudo que fizeste por o distrito de Viseu. Descansa em paz!”, foi assim que Fernando Marinho se dirigiu a Ana Rita Pereira, na sua página no Facebook, momentos depois de a notícia da morte da bombeira ter sido conhecida. No Tribunal de Viseu, onde foi ontem ouvido, o jovem confessou ter ateado os incêndios na noite do dia 20 e madrugada do dia 21 de agosto. Ele e o comparsa saíram de mota da aldeia onde residem – Nogueira, freguesia de Alcofra, concelho de Vouzela – e foram parando na mata para que Fernando Marinho ateasse os fogos com um isqueiro. As autoridades já estão a preparar o pedido de um mandado de detenção internacional para Patrick.
Fernando imputou as responsabilidades ao amigo, afirmando que Patrick tinha sido multado pela GNR, por conduzir sem uma carta de condução válida, e por isso o incitou a atear os fogos. Os dois jovens poderão vir a ser julgados pelos crimes de associação criminosa, incêndio doloso e três homicídios – já que os bombeiros Ana Rita Pereira (Alcabideche), Bernardo Silva (Estoril) e Cátia Dias (Carregal do Sal) morreram durante o combate ao fogo. Os suspeitos podem ser condenados a penas pesadas, num processo que pode ser histórico, uma vez que nunca um incendiário foi condenado a pena máxima.
A investigação aos fogos do Caramulo revelou-se “complexa” e “urgente”, não só devido às proporções que atingiram, mas, sobretudo, devido às mortes e aos feridos que provocaram. Os militares da GNR e os inspetores da PJ delinearam uma estratégia que, em cinco dias, os fez confrontarem Fernando Marinho com provas que o levaram a confessar a co-autoria dos crimes.