O Governo recusa mais medidas para cortar o salário dos trabalhadores no sector privado apesar da insistência do Fundo Monetário Internacional (FMI). A garantia foi dada ontem pelo ministro Pedro Mota Soares.
A posição é unânime no Governo e Passos Coelho já terá dado a entender ao FMI que não há mais nada a fazer em termos de legislação laboral. Os únicos cortes salariais que o Governo ainda insiste são no Estado, onde “há um caminho para se fazer”. A rejeição deve voltar à mesa durante a 7ª e 8ª avaliação da troika ao programa de ajustamento, marcadas para este mês de setembro.
Para defender este ponto de vista o Governo recorre aos números: no passado 27% dos trabalhadores do privado tiveram cortes no salário, sendo que na maior parte dos casos a redução foi superior a 10%. Este ano o corte deve atingir 13% dos trabalhadores e 60% ficam com o vencimento congelado.
Mota Soares garante que “neste momento”, o Governo entende que “não é necessário ir mais longe nessas mesmas alterações”.