MATERNIDADE – MORTES LEVAM INSPEÇÃO À ALFREDO DA COSTA

A Maternidade Alfredo da Costa tem 58 camas para as grávidas, mas só vai manter 30 Foto: PEDRO CATARINO
A Maternidade Alfredo da Costa tem 58 camas para as grávidas, mas só vai manter 30 Foto: PEDRO CATARINO
ERS detetou lacunas de conhecimento básico de formação do pessoal em Suporte Avançado de Vida
ERS detetou lacunas de conhecimento básico de formação do pessoal em Suporte Avançado de Vida

A fiscalização da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) à Maternidade Alfredo da Costa (MAC), em Lisboa, no passado dia 13 de agosto, detetou falhas graves que podem pôr em causa a segurança das grávidas.
Ao que o CM apurou, a situação mais perigosa descrita no relatório preliminar – ainda não há conclusões, uma vez que a MAC tem direito ao contraditório e a corrigir eventuais falhas – refere-se ao facto de a equipada ERS ter constatado que ocorreu um atraso na perceção de uma situação clínica grave, de origem infecciosa, cuja fonte de infecção não terá sido detetada a tempo. Entre as falhas apontadas estão a falta de formação para lidar com situações críticas, desorganização em caso de emergência – as enfermeiras questionadas não souberam dizer para onde seria direccionada uma doente crítica – e múltiplas barreiras arquitectónicas que impedem o acesso rápido e eficaz a meios de suporte avançado de vida.
O processo de inquérito surge depois de terem sido noticiados pelo CM três episódios de morte de bebés na MAC. A situação mais recente ocorreu a 12 de agosto: uma mulher que perdeu os gémeos. O caso de Sílvia Rebelo, de 37 anos, grávida de quase seis meses, que faleceu a 5 de agosto, depois de perder os gémeos, e o de outra mulher, grávida de sete meses, transferida da MAC para o Stª Maria, onde chegou em risco de vida, acabando por perder a bebé, foram os outros episódios.