FOGO DO CARAMULO LEVA VIDA DE BOMBEIRA

Ana Rita Pereira foi cercada pelas chamas e morreu. A dor apoderou-se da corporação de Alcabideche
Ana Rita Pereira foi cercada pelas chamas e morreu. A dor apoderou-se da corporação de Alcabideche
Ana Rita Pereira foi cercada pelas chamas e morreu. A dor apoderou-se da corporação de Alcabideche
Ana Rita Pereira foi cercada pelas chamas e morreu. A dor apoderou-se da corporação de Alcabideche

Ana Rita tinha apenas 24 anos, mas era uma das mais experientes bombeiras da corporação de Alcabideche, em Cascais. Ofereceu-se, ontem de manhã, para rumar a Tondela, Viseu, onde as chamas não davam tréguas aos colegas. Horas depois, foi traída pelo fogo, cerca da, não resistiu. Os restantes bombeiros só se aperceberam da ausência de Rita quando foram socorridos. Há oito elementos de Lisboa feridos, dois deles em estado crítico. Bernardo Figueiredo, de 23 anos, bombeiro na corporação do Estoril, era um dos casos que inspirava mais cuidados. Deu entrada no Hospital de S. João, no Porto, pelas 21h00. Corre risco de vida.
Filha de um bombeiro e com tios e primos no mesmo quartel, Ana Rita deixa saudades no local onde “cresceu”. “Isto era o oxigénio dela, vivia para os bombeiros. Praticamente nasceu aqui”, disse emocionado o comandante José Palha, de Alcabideche. Ontem, mal se soube da notícia da morte, a bandeira ficou a meia haste. “Tinha sido ela a oferecer-se para ir, tal como os outros. Todos os anos, voluntariava-se para ir combater os grandes fogos. Era uma verdadeira combatente”.
As circunstâncias do acidente estão a ser apuradas. No entanto, tudo indica que a jovem morreu carbonizada quando se deu uma reativação bastante forte na parte sul do incêndio. “Estavam trinta bombeiros a combater as chamas e formaram uma linha de água. Os bombeiros apanhados pelo fogo estavam em linha reta o que torna ainda mais difícil explicar porque é que aconteceu o acidente”, referiu José Bismarck, comandante operacional distrital de Aveiro. Dos restantes oito feridos, quatro estão em estado grave, devido a queimaduras de segundo e terceiro graus.
José Bismarck, que esteve a comandar as operações de socorro, garantiu ainda que “será aberto um inquérito para apurar as causas da morte” e que também servirá de “aprendizagem para situações futuras”.
O incêndio foi combatido por 300 homens. Durante o dia teve três frentes ativas. No local onde aconteceu o acidente – Santiago de Besteiros – a frente estava praticamente controlada até que, ao início da tarde. O vento mudou a direção das chamas.