Os cerca de 25 mil militares da GNR que estão no ativo e na reserva não receberam ontem os respetivos vencimentos. O atraso nos pagamentos ficou a dever-se a um “problema informático”, que só foi detetado ao final do dia de anteontem.
O porta-voz da GNR, capitão Marco Cruz, explicou ao CM que o atraso no pagamento dos salários é da “exclusiva responsabilidade” da Guarda. “Houve uma falha técnica no nosso sistema informático. Nós inserimos as informações numa base de dados, e foi aí que surgiu o problema”, referiu.
Quando os militares consultaram ontem de manhã as suas contas bancárias, nem queriam acreditar. O salário ainda não tinha sido pago, o que, para a Associação Sócio-Profissional Independente da Guarda, é “lamentável”. “Nós compreendemos que se tratou de um problema técnico e que estas situações acontecem, mas a verdade é que é muito desagradável para os militares”, disse José Alho, o presidente daquele sindicato.
“Isto é uma vergonha. Não se faz uma coisa destas”, disse ao CM um militar indignado com a situação. O presidente da Associação Nacional de Guardas, Virgílio Ministro, questiona a GNR sobre as consequências desta “falha técnica”: “Muitos militares têm pagamentos para dia 21 em débito direto. Nos casos em que há falta de provimento nas contas, são cobrados penalizações e juros. Quem paga estes prejuízos?”
O capitão Marco Cruz referiu que a instituição tem consciência dos problemas causados aos militares. “Lamentamos imenso o sucedido. Mas o problema já foi resolvido e amanhã [hoje] de manhã, os militares já vão ter os respetivos salários nas suas contas”, assegurou.