Menos nascimentos e menos crianças a estudar. Na última década, as escolas perderam quase meio milhão de alunos, entre Pré-Escolar e Ensino Básico e Secundário. A diferença entre o número de alunos nos anos letivos 2002/03 (1807 522) e 2011/12 (1 321 174) é de 486 348, o que representa a redução de 26,9 por cento.
Cinfães é apenas um dos exemplos. Há 15 anos, existiam 54 escolas do 1º ciclo. Agora são menos de 20.“No ano letivo de 2003/2004 havia mais de mil alunos do 1º ciclo. No próximo ano letivo, estima-se que sejam 478 alunos. Em dez anos houve uma redução para metade. No interior do País é ainda mais catastrófica a diminuição da natalidade”, disse ao CM Manuel Pereira, presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares e diretor do Agrupamento de Escolas de Cinfães.
O encerramento de escolas primárias, sobretudo no interior do País, obriga muitas crianças a percorrer vários quilómetros diariamente. “Há alunos a fazerem 35 km, o equivalente a uma hora de viagem, para estudar. Esta realidade leva muitos pais a repensar as suas opções, nomeadamente a ter mais do que um filho. Nos 24 concelhos do distrito de Viseu, apenas Viseu aumentou a população, segundos os últimos dados”, explicou Manuel Pereira, acrescentando que se reformaram, nos últimos oito anos, cerca de 20 mil docentes. “ Há falta de professores, os que se aposentaram não foram substituídos”, referiu.
Os sindicatos de professores apontam o dedo ao Ministério da Educação. Estimam que a tendência de redução de alunos se mantenha nos próximos anos, sobretudo no Ensino Básico, criticando Nuno Crato por justificar a quebra de alunos com a redução do número de professores nas escolas.