ACIDENTES DOMÉSTICOS – MAIS CRIANÇAS COM QUEIMADURAS

O número de internamentos, devido a casos graves, aumentou
O número de internamentos, devido a casos graves, aumentou
O número de internamentos, devido a casos graves, aumentou

O número de crianças vítimas de queimaduras graves está a aumentar. Na Unidade de Queimados do Hospital D. Estefânia, em Lisboa, foram registados 575 casos no ano passado, mais 77 do que em 2011. Só nos primeiros seis meses deste ano já foram tratados 369 menores queimados, o que representa cerca de dois casos por dia.
“Este ano já temos um número de internamento maior do que no ano passado, o que significa que foram tratados casos mais graves”, garante Zínia Serafim, cirurgiã pediátrica e responsável pela Unidade de Queimados do Hospital D. Estefânia.
“Temos vindo a tratar crianças cada vez mais novas. Se no ano passado a idade média era de cinco anos, este ano desceu para os dois anos de idade”, revelou a vice presidente da Associação Amigos dos Queimados, adiantando que no topo das causas dos acidentes está o derramamento de líquidos quentes.
“As principais causas das queimaduras nas crianças entre os zero e os cinco anos continuam a ser os líquidos quentes, como as sopas, leites, chás e cafés, e a água usada para preparar a comida ou o banho. A cozinha e a casa de banho são os locais mais perigosos”.
Segundo a especialista, o desconhecimento dos pais sobre os perigos existentes durante o desenvolvimento da criança é a principal justificação para o aumento das situações de internamento e consultas hospitalares. Nas consultas, os médicos tentam diminuir o trauma que, não raras vezes, permanece visível durante muitos anos, apesar das inúmeras cirurgias a que o bebé é sujeito.
“Penso que o que está a acontecer é que os pais têm dificuldade em impor regras. Não se trata tanto de casos de negligência. Notam os que os pais ou os cuidadores não põem em prática as medidas de prevenção, razão pela qual defendo que deveria existir uma maior aposta nesta área”, sublinhou Zínia Serafim.