MAIS VIOLÊNCIA CONTRA OS IDOSOS

Muitos idosos passam o dia sozinhos ou são internados em lares contra a sua vontade
Muitos idosos passam o dia sozinhos ou são internados em lares contra a sua vontade

Uma filha, alcoólica, batia na mãe idosa sempre que as coisas não corriam como esperava. Noutro caso, um filho, desempregado, agredia verbal e fisicamente o pai, idoso, quando este se negava a dar-lhe mais dinheiro. Estes são casos reais que ilustram a violência contra idosos, um problema que tem vindo a aumentar em Portugal. Só em 2012, houve o registo de 809 pessoas idosas vítimas de crime, um aumento relativo a 2011, quando foram identificados 749 casos, segundo dados da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV).
De acordo com os números da APAV, mais de 11 300 idosos com mais de 65 anos, na sua maioria mulheres, foram vítimas de violência doméstica desde o ano 2000.
João Lázaro, presidente da APAV, afirma ao Correio da Manhã que “há uma tendência crescente do fenómeno da violência contra os idosos”.
Agrave crise económica e social que o País atravessa potencia, segundo João Lázaro, o aumento da dimensão do problema da violência contra os mais velhos.
Tal como acontece com outras vítimas mais novas, a violência contra os idosos não é devidamente conhecida porque a maioria das vítimas não denuncia a agressão. Cala-se e sofre.
Além dos casos de agressão física, João Lázaro lembra todas as outras situações “de maus tratos psicológicos e de negligência”.
Dá como exemplo as situações em que os idosos passam o dia inteiro sozinhos ou são internados em instituições contra a sua vontade.
Há ainda os casos dos filhos que, vendo-se desempregados e sem rendimentos, voltam para casa dos pais para ficarem com o seu dinheiro. “O agressor isola economicamente a vítima e deixa-a numa situação desprotegida”, salienta o presidente da APAV. A maioria dos agressores são familiares. Em menor número, são vizinhos ou funcionários de lares.