A Inspeção-Geral de Finanças concluiu que o vereador da Câmara de Monchique, suspeito de falsificação de documentos e peculato, terá lesado a autarquia em mais de meio milhão de euros, quase o dobro do valor que inicialmente tinha sido apurado.
A Polícia Judiciária propôs ao Ministério Público, em abril, a acusação do vereador António Mira por existirem suspeitas de ter lesado a autarquia em cerca de 300 mil euros. No entanto, uma inspecção mais aprofundada das Finanças detetou outras irregularidades e o valor desviado “ascende agora a mais de 500 mil euros”, confirmou ao CM o presidente da autarquia, Rui André.
As conclusões foram divulgadas numa reunião de câmara, anteontem, onde foi aprovado que a autarquia se constitua assistente no processo, para que possa pedir o “ressarcimento dos valores que foram retirados indevidamente do município”.
A investigação da PJ, tal como o CM já noticiou, foi desencadeada após uma auditoria da Inspeção-Geral da Administração Local ter detetado a situação e aconselhado o actual executivo a avisar a PJ. O vereador do PS António Mira, segundo o CM apurou, é suspeito de ter recorrido a faturas já pagas, alterava-lhes a data e voltava a apresentá-las, nos anos seguintes, ficando com o dinheiro correspondente. Segundo o atual presidente, Rui André, “só desde o dia das eleições em 2009, até à tomada de posse do novo executivo, foram pagas faturas duplicadas no valor de 30 mil euros”.