“Isto é um método nunca visto de matar mosquitos, mas espero que resulte”, observava Fábio Marques, um turista de férias em Armação de Pera, enquanto assistia ontem ao sobrevoo, das águas da ribeira de Alcantarilha, por um helicóptero Kamov, da Proteção Civil.
Segundo a Câmara de Silves, “a combinação de ventos cruzados provocados pela força das pás do aparelho e do consequente turbilhão de águas contribui para a destruição dos mosquitos adultos e dos ovos existentes”. Rogério Pinto, presidente da autarquia, explica que “o helicóptero fez voos rasantes durante mais de uma hora, pelo que agora resta esperar que dê resultados”.
Só para o Kamov levantar voo são gastos 1500 euros, e outro tanto por cada hora no ar, mas o autarca diz que a operação não teve custos: “Os pilotos têm de fazer reinos, aproveitou-se esse facto para esta ação”, explica Rogério Pinto. Além do recurso ao helicóptero, está prevista a realização de uma nova desinfestação até ao final desta semana.
Jorge Barão, proprietário de um restaurante de praia de Armação de Pera, está desesperado com a praga de mosquitos, que tem afastado clientes. “Ontem [terça-feira] foi o maior dos infernos”, diz o empresário, que espera que o uso do Kamov tenha minorado o problema.
Além dos mosquitos, na ribeira de Alcantarilha também começaram ontem a aparecer peixes mortos, alegadamente de vido à falta de oxigenação da água.
“Não percebo por que é que insistem em manter a ribeira fechada ao mar. Toda a gente sabe que esta é uma maternidade de peixes”, afirma Tânia Oliveira, presidente da Associação de Pescadores de Armação de Pera, que acha que “alguém devia ser responsabilizado pelo sucedido”.